domingo, 28 de setembro de 2008

Prison Break {Capítulo 03x07}


Prison Break
3º Temporada


Capítulo 7
A procura de Whistler

Assim que Michael entrou em Sona novamente, procurou por Chuck. Encontrou-o no pátio junto de seus amigos. Aproximou-se e cumprimentou a todos.
Chuck pareceu perceber que algo estava errado e perguntou:
-Quer conversar?
Michael apenas balançou a cabeça dizendo que sim.
Os dois afastaram-se um pouco e Michael silenciosamente disse:
-Você conhece alguém chamado Whistler?
-Whistler?
-É. Conhece?Sabe onde eu posso encontrá-lo...?
-Conheço, mas não sei se você vai conseguir encontrá-lo, Michael...
-Por quê?
Chuck olhou em volta como se tentasse se recordar de algo e enfim respondeu:
-Ele esteve preso aqui... Por um bom tempo, mas depois assim como se nunca tivesse posto os pés aqui, sumiu.
-Como assim sumiu?Você acha que ele fugiu?
-É o que dizem, mas provas disso não há... E pelo que eu já disse a você antes, fugir de Sona não é a tarefa mais fácil do mundo.
Michael concordou com o que Chuck dizia e olhou em volta também.
-Ok, escute...Terei que procurar esse homem, então caso você saiba qualquer coisa, me procure.
Chuck consentiu e Michael começou a se afastar.
-Hey, Michael!
Michael virou-se.
-Por quê você precisa desse homem?
Ele aproximou-se mais e completou quase sussurrando:
-Porque a Companhia o quer em troca da Sara e do L. J.
O misto de surpresa e compaixão foi visível na expressão de Chuck.
Chuck contemplou as mãos e por fim disse:
-Qualquer coisa, avisarei.

Michael agradeceu e foi embora, levando consigo um pouco de medo dentro do peito, não sabia o que aquele homem misterioso podia representar para a companhia e até mesmo para ele, que agora teria que incluí-lo em sua possível fuga. Seu coração pedia por outra pessoa, a cada dia seus pensamentos e suas respostas se tornavam mais urgentes. Mais um dia sem notícias concretas, e ele perderia o chão.
Prosseguiu a sua caminhada pelos corredores de Sona, até avistar um pequeno homem que carregava uma bolsa no ombro, sair de uma das celas as gargalhadas. Michael parou ao lado de um pilar e apenas observou de longe.
Viu-o contar um bolinho de dinheiro e depois colocá-lo no bolso traseiro das calças. Ajeitou a bolsa no ombro e deu alguns passos a esquerda.
Michael saiu de trás do pilar e aproximou-se da cela da qual o homem havia se retirado há alguns segundos. Parou e olhou lá dentro.
Nesta cela, havia um beliche igual ao seu e uma cadeira velha em um canto. Michael observou melhor, em seu assento havia agulhas. Caminhou até a cadeira e foi então que o viu atirado sobre a parede tremendo.
-Alex!
Ele abriu os olhos ligeiramente e tentou levantar-se, mas não conseguiu aguentar o peso do próprio corpo. Michael foi até ele e o segurou. Mahone aceitou a ajuda e apoiou-se em seu ombro. Michael o conduziu até o beliche e o deixou lá.
-Está se drogando, Alex?
Mahone trocando as palavras, respondeu:
-Aqui não tinha muitas opções, Michael. Tive que me virar.
Michael ainda perturbado com o que estava presenciando, disse: -Eu não tenho nada a ver com o que você faz da sua vida, mas se você continuar assim, não vai durar muito aqui dentro.
Mahone ainda suava frio e seus cabelos estavam revirados, com muito esforço ergueu a cabeça novamente.
-Você ainda não me perdoou pela morte de seu pai, não é mesmo?
Michael caminhou mais para perto.
-Por qual motivo eu perdoaria?Aliás, existe algum motivo?
-E se eu dissesse que me arrependo disso e de tudo o que fiz para você e se eu dissesse que me arrependo de metade das coisas que fiz na minha vida?
 
Michael ficou olhando-o. Não distinguia mais o que sentia por Mahone, não era mais ódio, por vezes pena, por outras algo que nem mesmo ele sabia nomear.
-Eu só espero que você encontre o seu caminho e que pare de recorrer a essas coisas, para tentar esquecer os seus erros que cometeu.
Mahone apenas abaixou a cabeça. Michael o olhou por alguns segundos mais e depois o deixou.
Caminhou apressado tentando esquecer aquilo. Voltou ao portal do pátio.
Avistava alguns rostos conhecidos, avistava Chuck e seus amigos no mesmo lugar de sempre. E mais ao longe sentado na escada que dava acesso ao segundo piso, Bellick.
Pensou, pensou e pensou. Podia se arrepender daquilo, mas no momento ele pensava apenas em Sara e L. J., e isso era o suficiente para fazê-lo e não arrepender-se depois.
Retirou as mãos da cintura e começou a andar, percebeu ao atravessar o pátio que muitos ainda o olhavam com aquela estranheza que ele já reparara outras vezes. Aquilo não lhe era intimidador, mas também não era nada cômodo.
Ao se aproximar de Bellick, esse rapidamente levantou-se. Michael fez um movimento com a mão, pedindo que ele continuasse sentado, ao que Bellick obedeceu.
-Você quer mesmo participar disso?
-E eu preciso responder, Michael?
-Ok, escute... Já ouviu esse nome: Whistler?
Bellick franziu levemente a testa.
-Não, mas o que esse homem tem a ver com a nossa saída daqui?
Michael fez cara de entediado e impaciente olhou em volta.
-Tudo.
Bellick levantou-se e parou ao seu lado no pilar.
-O que nós temos que fazer?Achar ele?Para quê?Para quem?
-É melhor você não saber de nada disso. Só procure-o, ok?Se você conseguir isso, está dentro.
Michael distanciou-se e Bellick gritou:
-Hey, Michael, mas como eu vou achá-lo se eu só sei o seu nome?
Michael apenas tratou de voltar para cela e não respondeu.
Quando chegou, deitou-se na cama e assim ficou. Tinha uma dor muito forte na cabeça e uma fome grande também que podia ser conseqüência de sua dor.
Pensou na hipótese de não achar aquele homem. O que aconteceria?
O que afinal a Companhia estaria querendo com ele?Sua dor parecia que piorava quando começava pensar em tais em questões. Virou para o lado e assim sem nem ao menos perceber, adormeceu.




Lincoln caminhava nas ruas do Panamá. Procurava por um telefone público para que pudesse ligar para os três números que continha no pequeno pedaço de papel que havia na sua mão. Ele conseguira mais cedo ligar para o hotel de Josh e a recepcionista lhe passara os três números que ela tinha.
Passou na frente de um bar amplo e aparentemente aconchegante e lembrou-se que fazia seis horas que não comia nada. Em frente havia um telefone público, foi até ele, escorou-se e digitou o primeiro número de sua lista.
Ouviu o telefone chamar algumas vezes e depois cair na secretária.
Tentou novamente e o mesmo aconteceu. Discou o próximo número e esperou. Chamou duas ou três vezes e por fim o conseguiu.
-Alô?!Quem fala?
-Acho que você que deveria se identificar.
Lincoln respirou e disse:
-Ok, eu sou Lincoln, gostaria de falar com o Josh.
-É ele. O que seria, Lincoln?
-Eu sou o irmão do Michael...Michael Scofield.
-Lincoln Borrows?
-É, sou eu.
-Esperava esta ligação, mas não tão tarde.
-Ok, então você tem o dinheiro...?
-É, eu tenho.
-Ok, eu ainda preciso te pedir outro favor...
Lincoln pediu a Josh que alugasse o apartamento no Panamá e que ele lhe mandasse o dinheiro por uma pessoa, a mesma que fosse lhe entregar as chaves de tal.
Conversaram por mais alguns minutos, então despediram-se e Lincoln foi até o bar. Entrou, observou a freguesia e sentou-se em uma das mesas ao ar livre.
Sentado ali, conseguia olhar para a rua e para as pessoas que caminhavam nela e ao mesmo tempo para o movimento do bar também. Esperava pelo garçom e assim que ele saiu de trás do balcão e começou a vir em sua direção, ele avistou um homem e uma mulher discutirem na mesa ao lado. O garçom aproximou-se.
-O que você deseja, senhor?
Lincoln ainda observava a briga na mesa ao lado. A mulher que era magra e de pele morena e cabelos lisos acabara de levantar-se e segurando a bolsa começou a caminha em direção a saída.
-Senhor?
Lincoln dispersou-se e voltou a realidade.
-Ah, sim?
-Eu perguntei o que o senhor deseja...
-Ah, desculpe. Eu tenho que ir.
Lincoln pegou o casaco que estava na cadeira ao lado e levantou-se.
Viu que o homem da mesa que observava
estava indo atrás da moça e essa por sua vez ainda caminhava com passos fortes.
-Hey, Sofia...Espere, é melhor conversarmos.
Lincoln continuou seguindo-os. Viu-os dobrar a esquina ao lado do bar, então parou e os observou dali. A mulher, cujo homem havia chamado de Sofia, parou bruscamente e olhou para os lados, parecia finalmente ter percebido que entrara num beco sem saída. Viu-a, então, virar-se e encarar o homem.
-Eu não vou pedir nada ao James, antes que você me diga o que você e essa gente quer dele.
O homem aproximou-se mais dela, dizendo:
-Eu aconselho você a pensar melhor e concordar em falar com o Whistler, ok?
Lincoln sentiu o sangue congelar. “Whistler”, o homem que Michael devia tirar da cadeia.
-Não, já disse. Eu quero saber.
Lincoln viu o homem aproximar-se mais e começar a retirar ao de dentro do palito. Sabendo o que veria a seguir, ele agarrou entre as mãos uma caixa vazia de verduras que havia ao lado do lixo e caminhou até eles.
Sofia arregalou os olhos ao vê-lo aproximando-se e recuou. Só o que ouviu foi o barulho da madeira quebrando nas costas do homem, que caiu produzindo um barulho maior ainda.
Os dois contemplaram ali caído no chão. Sofia levantou o rosto e o encarou assustada.
-Quem é você e por quê fez isso?
-Ele ia atirar em você...
-Eu sei disso, mas...
Lincoln abaixou-se e verificou o pulso do homem. Ainda vivia, pegou a arma a envolveu em seu casaco e olhou mais uma vez para Sofia. Ainda permanecia branca e confusa.
Lincoln estendeu sua mão e agarrou a dela.
-Vem comigo.
Sofia sem nem ao menos pensar deixou Lincoln a conduzir. Esse a puxou e a tirou dali.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Prison Break {Capítulo 03x06}

Prison Break
3º Temporada


Capítulo 6
Planos

Michael conseguiu dormir melhor aquela noite, depois de ter visto e conversado com Sucre. Saber que tinha alguém ali dentro, além de Chuck, com quem ele podia conversar e confiar, era realmente reconfortante. Ainda mais quando esse alguém sabia tudo o que lhe acontecera até ali.
Levantou-se do beliche e começou a caminhar. Logo que saiu da cela, avistou Lechero no fim do corredor que dava acesso ao pátio. Assim que um outro prisioneiro começou a conversar com ele, Michael aproveitou seu momento de distração, desviando de seu destino e pegando o primeiro corredor à direita.
Começou a apressar o passo, precisava encontrar logo o que queria. Caminhou por todos os corredores e celas, mas nada. Escorou-se em uma das janelas no corredor e limpou o suor que escorria de sua testa. E assim, tão rapidamente e inesperado, como se não houvesse outros problemas em sua mente, lembrou-se dela. Lembrou-se de Sara. Onde estaria?O que estariam fazendo com ela?Estariam lhe dando o que comer e beber?Estaria ela se sentindo sozinha?
Tantas perguntas e nenhuma resposta. Tinha tanto medo de perdê-la, de nunca mais vê-la. Chegava a ser insuportável pensar na idéia. Só queria abraçá-la, era tudo o que queria. Sentir seu corpo junto do seu, sentir sua respiração e seus batimentos, sentir essa imensidão que era saber que alguém que se ama, está vivo e por perto.
Mais ainda inesperadamente do que pensara nela, sentiu tocarem em seu ombro e sua mente esvaziar por alguns segundos mínimos. Desescorou-se da janela e o olhou.
Era um homem de meia idade, com barba grisalha, vestia roupas largas e ao lado da orelha, quase que no pescoço, carregava uma cicatriz.
-Você é o Michael, não é?
Sua voz era serena e calma.
-Sou sim.
-Ah, prazer, Michael. Eu sou o Charlie. Chuck me disse que você estava procurando por alguém e eu acho que posse ajudar.
Charlie encarou Michael e pediu para segui-lo. Viu-o distanciar: ele não parecia uma má pessoa, mas ali dentro tudo era possível. Por apenas alguns segundos a idéia de não segui-lo passou pela cabeça de Michael, mas mais uma vez não lhe restava muitas opções. Tratou de apressar o passo para alcançá-lo.
Caminharam juntos e em silêncio até o fim daquele corredor. Por fim chegaram a uma sala ampla e fechada, com apenas duas portas, a pela qual adentraram e outro ao fim da sala.
A luz não adentrava muito ali, mas conseguia-se enxergar alguns colchões e um balde em um canto mais além que provavelmente continha água em seu interior.
Michael deu alguns passos mais e o avistou atirado sobre um tapete imundo, vestindo apenas um calção pequeno. Sua aparência estava um pouco melhor do que a última vez que o vira.
Ao se mover, Charlie produziu certo barulho, foi então que Michael percebeu que ele ainda estava ali.
-Bom, aí está ele.
Michael consentiu para ele e depois ouviu:
-Michael, será que depois que você resolver esse problema nós podemos conversar?
Michael consentiu mais uma vez, mesmo que nem tivesse pensado sobre o assunto. Viu Charlie sorrir para ele, dar meia volta e se retirar da sala.
Durante um tempo ele permaneceu quieto ali. Tomou coragem, então, e caminhou até ele:
-Bellick.
A criatura que até pouco tempo estava contorcida naquele tapete e de olhos fechados, aos poucos foi ajeitando o corpo até estar de frente para ele. Esfregou as mãos nos olhos e encarou quem acabara de atrapalhar o seu sono.
Encararam-se por um longo tempo, durante o qual nenhum dos dois pronunciou nenhum palavra. Bellick ajeitou o corpo e lentamente pôs-se de pé.
-E, aí, Scofield, está gostando da estadia em Sona?Melhor ou pior que Fox River?
Bellick deu uma gargalhada de desdém. Michael, no entanto, não riu e também não demonstrou raiva já estava acostumado com o tom sarcástico de Bellick.
-Bellick...Eu falei com Sucre. Você sabia que ele está trabalhando aqui?
-Ah., o nosso velho Sucre está trabalhando aqui?!Engraçado que nós todos não conseguimos nos manter longe por muito tempo, não é mesmo?
Michael respirou profundo e impaciente.
-Bellick, vamos pular essa parte da conversa, então, você deve saber por que eu estou aqui, certo?
Bellick riu novamente, mas desta vez ele parecia mais interessado na conversa que Michael estava propondo.
-Ah, Michael, Sucre te mandou aqui para salvar a bela Maricruz. Até que não me faria mal te dizer onde ela está, mas você sabe que vou ter que ganhar algo por esta informação, não é?
Michael olhou para a porta que estava logo à frente, fechou os olhos e passou as mãos sobre a cabeça. Encarou Bellick assim que abriu seus olhos.
-Ok, já esperava isso...Então, o que você quer?
-Você também já devia saber, mas eu lhe explico. Sei que você já deve estar arranjando um jeito de sair daqui e nem tente mentir, porque eu vi você observando o muro e as grades lá fora, outro dia. Você não me viu, mas eu te vi, Scofield. Fui claro?Ou preciso desenhar para que entenda?
Michael respondeu rapidamente:
-Sim, foi claro. Bom, quando eu tiver algum plano em mente, a gente volta a conversar.
Michael já estava se preparando para sair, quando Bellick o barrou.
-É melhor você não me passar para trás, porque se isso acontecer, a namoradinha do nosso querido Sucre e o seu bebê vão passar horas bem difíceis sozinhos e com pouco comida.
-Não vou te passar para trás. Mas eu preciso de uma garantia de que você entregará a Maricruz e que se realmente participar desses planos, não contará para ninguém sobre.
-Minha palavra serve de garantia?
Michael riu.
-Ah, Bellick, nós dois sabemos muito bem que a sua palavra não serve para muita coisa, mas se é só ela que nós temos, por enquanto serve sim.
Michael deu as costas para Bellick, deixando sem muita ação.
Percorreu de volta o corredor que o levava ali e voltou para sua cela.
Quando chegou, encontrou Chuck lá, sentado na cama no beliche de cabeça baixa.
-Chuck.
Chuck levantou a cabeça para ver quem estava ali. Michael o olhou: havia uma marca avermelhada em seu olho e ele reparou também que sua bola não estava com ele.
Michael aproximou-se e sentou ao seu lado.
-O que houve?
Chuck não lhe respondeu absolutamente nada, permanecia de cabeça baixa e examinando as mãos.
-Não quer me contar?
-Nada, não foi nada, Michael.
Michael insistiu:
-Eu não vou desistir de saber.
Chuck bruscamente levantou do beliche e soqueou a parede.
-Droga, Michael!Eu não quero arranjar problema para você.
Michael o fitou, e antes que pudesse pensar sequer em algo para lhe dizer, ouviu um barulho às suas costas e virou-se.
-Ok, bonitão. Vamos ter uma conversinha, prometo ser rápido com você.
Era Lechero, com seus passos firmes e precisos, e sua expressão autoritária.
Vestia uma calça jeans velha e suja e uma camisa branca com a gola marcada pelo seu suor.
Michael levantou-se e virou-se mais uma vez para poder olhar Chuck: havia um certo medo em seus olhos negros acinzentados . Pensou por um instante: a marca no rosto dele, deveria ser obra do Lechero. Esse por sua vez, aproximou-se mais e disse:


-Então, Chuck não lhe contou o que aconteceu hoje?
-Não, não contou.
-Você é um homem de poucas palavras não é, Scofield. Vou lhe contar, então.
Lechero aproximou-se do banquinho que havia perto do beliche, ajeitou as calças na cintura e sentou-se.
Chuck permaneceu imóvel durante toda a conversa. Minutos depois, Lechero foi embora dizendo que estava de olho neles.
Durante o primeiro minuto em que ficaram sozinhos, nenhum dos dois disse qualquer coisa que fosse. Foi então, que Michael reuniu toda a sua calma e iniciou aquela conversa.
-Por que você não me disse que Lechero estava chantageando você para dizer o que eu estava planejando aqui dentro?
Chuck levantou os olhos para Michael, por um instante ele pensou que o garoto não falaria, mas em seguida o ouviu se atrapalhar nas palavras que dizia rapidamente.
-Eu não podia dizer nada, Michael!Nem pra você, nem para ele!Porque se eu dissesse iria estragar tudo. Você não ia sair daqui e não ia poder ajudar o teu irmão, o teu sobrinho e aquela mulher...Como é mesmo o nome dela?-Chuck franziu a testa ao fazer aquela pergunta, mas logo sua expressão voltou ao normal-Ah!A Sara...Hum, você não ia conseguir ficar com ela...E tem a minha mãe, você apareceu do nada e quer ajudá-la também!Não podia entregar de bandeja para esse homem a última esperança que ela tem!
Chuck falava tudo muito rápido e começava a chorar ao mesmo tempo, Michael tentou se aproximar, mas ele recuou e silenciou. Então, Michael, perguntou:
-Foi ele quem fez isso?
Chuck apenas balançou a cabeça concordando.
-E tirou a minha bola.
-Ok, a gente dá um jeito de conseguir outra. E, quanto a tudo isso, dá próxima vez que você estiver acontecendo alguma coisa errada, nós vamos resolver juntos, OK?
E se você precisar de qualquer outra coisa...
As palavras de Michael foram sumindo e Chuck abriu um sorriso.
-Você já vai fazer alguma coisa pela minha mãe e isso já é tudo o que você pode fazer.
As palavras de Chuck deixaram Michael mais feliz.



Antes de terminar o dia, Lincoln apareceu com o endereço que Michael pedira.
-Tá aqui, Michael.
Michael pegou o papel que Lincoln alcançava entre as grades e leu: ‘’Instalações de Pesquisa, Nova Iorque.’’.
-Foi só isso que você conseguiu?
-Foi sim.
Michael olhou para o irmão. Lincoln sustentou seu olhar por alguns segundos e depois desviou. Ele não sentiu firmeza na postura de Lincoln, mas não quis fazer caso e prosseguiu:
-Bom, a princípio, assim que eu sair de Sona, nós temos que ir a esse lugar.
Lincoln mal escutara o que Michael falara e começou a contestar.
-Michael, não seria arriscado demais?E se for uma armadilha?E se eles quiserem que a gente vá justamente nesse lugar?
-Lincoln, você acha que eu já não pensei nisso?Mas nós não temos mais tempo para hipóteses, temos que agir...L.J. e Sara estão em perigo.
Lincoln passou a mão sobre a cabeça.
-Ok, ok, ok...Eu tenho algo a dizer, Michael.
Michael surpreendeu-se, então perguntou:
-O que foi?
-Alguém da companhia me ligou ontem à noite. E ela me disse que está com eles, e que você precisa ajudar alguém a sair daqui.
Michael estava perplexo com o que acabara de ouvir.
-Explique melhor, Linc. Quem é ela?Ajudar quem?
Lincoln parecia nervoso, suas mãos estavam grudadas na grade e ele suave muito.
-Já disse, trabalha para a Companhia, Susan é o seu nome. E o prisioneiro que você tem de ajudar é Whistler.
-Linc, eu não sei...Eu não vou fazer isso. Não posso, você sabe que eu não posso.
-Michael, mas se você não fizer, acabou tudo L.J. e Sara deixam de existir. Você tem que fazer!
Michael balançou a cabeça, confuso. E depois de algum tempo em silêncio disse:
-Quem é esse homem?Como ele é?
-Não sei, ela disse apenas que o nome é Whistler e que você deve tira-lo daí.
No resto, disse que tornaria a ligar....Mas então, você conhece algum Whistler?
-Não, eu não conhece. Mas assim que ela ligar, diga que eu irei acha-lo.
Lincoln consentiu. Michael entristeceu ao perguntar:


-E eles?Ela disse como estão?
-Disse, disse que estão bem.
Michael suspirou aliviado.
-Eu vou conseguir, Linc. Nós vamos conseguir, ok?
-Eu sei, eu sei.
Michael aproximou-se mais das grades que os separavam.
-Preciso que você faça uma coisa.
Lincoln olhou para os lados, como se que estivesse verificando se alguém estaria vigiando-os e depois tornou a olhar para o irmão.
-Fala.
-Existe uma pessoa lá fora, com quem eu deixei uma continha em dinheiro, caso algo como essa situação em que nos encontramos acontecesse. Seu nome é Josh, ele trabalhava comigo e mora ainda no meu bairro, eu acho. Ele morava no prédio azul marinho que havia ao lado do meu. Apartamento 204. Procure-o, ou consiga o número dele, através dessas informações que eu passei. Peça ao Josh para alugar um apartamento aqui no Panamá mesmo, mas tem que ser no nome dele, para ninguém da Companhia nos achar. Compre comida, roupas, o que puder, para que possamos passar alguns dias sem ter com o que nos preocupar, caso isso seja necessário. Tenho que ir, Linc.
-Ok, eu farei. Eu volto amanhã, procure-o, Michael. Tudo depende desse homem, agora.
Michael consentiu, um pouco inconformado.
-Até amanhã.
-Até.
Os dois se despediram e Michael voltou para Sona. Sua cabeça fervia. Agora ele sabia que tinha muito trabalho pela frente. Seu sossego e felicidade ainda demorariam a chegar.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Prison Break {Capítulo 03x05}


Prison Break
3º Temporada


Capítulo 5
Um velho amigo

Michael voltou para a cela, sentou-se no chão ao lado do beliche e encostou suas costas ali mesmo. Fechou os olhos e permaneceu assim. Não podia acreditar, simplesmente não podia acreditar que Sara estava presa e sozinha naquele momento. Isso o deixava impaciente e com ódio de todas aquelas pessoas que lutavam para terminar com o pouco que ainda restava de sua vida. Ou melhor, com aquilo que significava sua vida dali para frente: Sara.
Seus olhos não conseguiam deixar aquela foto. Mesmo que Lincoln conseguisse aquele endereço e ele conseguisse sair de Sona, sabia que ela não estaria naquele lugar. Poderia ser até mesmo uma coincidência eles apontarem para a mesma figura, ou a Companhia queria que eles fossem a tal lugar e poderia ser uma armadilha ou não também. Se tratando daquilo, nada era certo.
Michael ainda estava absorto em seus pensamentos, quando Chuck adentrou na cela.
-E aí, Mike. Falou com o teu irmão?
-Falei sim.
-Que foi, cara?Você não parece muito bem.
Michael levantou-se e aproveitou o momento de distração de Chuck para esconder o celular em baixo do colchão. Ajeitou a postura e o mirou. Não sabia ao certo ainda se Chuck era confiável, se podia lhe contar tudo ou nada. Ele não tinha essas certezas, mas sabia dizer que Chuck era o mais próximo que ele podia chamar de amigo dentro daquele lugar.
-Chuck, antes de terminar aquela conversa, eu preciso saber se posso confiar em você... Você promete que não vai contar o que eu disser a ninguém?
-Eu prometo, prometo, cara...
-Nem mesmo pro Billi e para os outros?
-Certo, nem mesmo pra eles.
-Ok, então.
Michael ajeitou mais uma vez a postura e bem rapidamente limpou a lágrima que escorrera do seu rosto antes de Chuck entrar na cela. Estava na hora dele começar a pensar e por seus planos em prática.
Chuck caminhou até o beliche, mas Michael preferiu ficar em pé.
-Chuck, eu tenho três pessoas lá fora que estão precisando de mim: meu irmão, meu sobrinho e... –Michael silenciou apenas por alguns segundos, antes que tomasse coragem para dizer-... A mulher que eu amo, a Sara. Eu preciso muito sair daqui para ajudá-los.
A expressão de Chuck confundiu-se. E logo ele perguntou:
-Voce pretende fugir de Sona?É isso que você está planejando fazer?
Michael suspirou e respondeu:
-É, é sim isso que eu pretendo fazer.
-Você está falando sério?Como você pensa que vai conseguir fazer isso? Isso é impossível, Michael. Durante todo o tempo que estive aqui, eu vi vários homens tentando, e eles nem ao menos chegaram às grades.
Michael apenas suspirou e perguntou:
-Preciso saber se você quer me ajudar ou não.
-Ok, mas e se der errado?Como deu para todos os outros?
-Não vai sair nada errado.
Chuck lhe lançou um olhar meio irritado, como se estivesse impaciente com a insistência dele, mas Michael apenas o mirou, dizendo:
-Eu sei que não parece que iremos conseguir, mas acredite em mim, nós conseguiremos.
Chuck silenciou, e depois de passar as mãos sobre os cabelos, perguntou:
-E o que você pretende fazer?
-Ainda não sei. Mas eu preciso que você esteja pronto caso eu precise da sua ajuda.
-Então eu vou ter que esperar?
Michael consentiu.
-É, agora, a única coisa que você tem que fazer é esperar.
Meio inconformado, Chuck concordou. Michael sentou-se ao seu lado.
-Quando eu fui procurar você no pátio hoje cedo, seus amigos me disseram que você devia estar me procurando também...
-Ah, esquece, não é nada...
-Tem certeza?
-Ah, sei lá. É um cara que trabalha de coveiro, ele falou com um dos guardas que é meu amigo e esse me disse que o coveiro perguntou por um Michael, mas não deve ser você, então...
Michael surpreso e ansioso perguntou antes que Chuck pudesse continuar:
-Quem, Chuck?Qual era o nome dele?
-Ah, eu não sei, não sei. O guarda só me disse que era o Coveiro.
-E você pode falar com o guarda por mim e perguntar sobre o coveiro?
-Posso, posso sim.
Eles saíram da cela e foram até o lugar onde Michael se encontrava com Lincoln quase que diariamente. Eles se aproximaram das grades e Chuck chamou por um dos guardas que estava ali por perto.
O homem que vinha na direção deles vestia o mesmo uniforme que os outros guardas de Sona. Tinha cabelos claros e movimentos precisos.
-E aí Chuck, como vão as coisas aí dentro?
-Na mesma de sempre, George. E com vocês?
George firmou a arma que segurava entre o braço e o peito, e depois disse:
-Na mesma também, cumprindo o nosso trabalho.
-Bom, esse é o Michael de quem eu falei. Ele acha que pode conhecer o coveiro.
Michael e George consentiram um para o outro.
-Você conhece o Sucre, então?
-Sucre?!
A expressão de Michael pareceu tão mais aliviada aos olhos de Chuck que o mirava, naquele momento.
-É, o coveiro, você o conhece ou não?
Michael se apressou em dizer:
-Sim, sim, eu o conheço.
-Ok, então. Eu vou chamá-lo.
George distanciou-se e Chuck virou-se para ele.
-Eu vou nessa, vou estar na cela se precisar de mim.
Michael consentiu.
-Ok, obrigado, Chuck.
Chuck foi embora e Michael esperou. Escorou-se nas grades e assim ficou por alguns minutos. Quando menos esperava ouviu aquela voz familiar lhe encher os ouvidos.
-Michael!
 
Ele se virou e assim que o fez, foi surpreendido por um Sucre vestindo um macacão cinza e com um sorriso de orelha a orelha. Segurava um pano velho, que parecia usar para limpar as mãos. E só ao vê-lo Michael sentiu-se melhor.
-Sucre!
Michael virou todo o corpo para ficar de frente para o amigo e aproximou-se mais das grades. E sorrindo também., ele estendeu a mão para que Sucre pudesse apertá-la. Sucre terminou de limpar as mãos no pano e depois de guardá-lo no bolso do macacão, apertou a mão de Michael.
-Então, o que aconteceu desta vez, Michael?
-Longa história, Sucre.
Os dois sorriram e depois Michael prosseguiu.
-E a Maricruz?Ela está aqui?Está com você?
Sucre suspirou e começou a falar.
-As coisas não mudaram muito, Michael...
-Eu acho que tenho tempo de sobra, conte-me...
Sucre então contou tudo o que aconteceu com ele e Maricruz desde que os dois se separaram no acidente.
-E foi isso, o filho da mãe do Bellick está aí dentro e sabe se lá onde a Maricruz está!
-Você já tentou falar com ele?
-Já, mas os guardas o chamaram no interfone, mas ele não aparece, deve de estar com medo do que eu possa fazer com ele...E se ela estiver passando fome, Michael?E o bebê?Como será que ele está?
Michael o encarou.
-Hey, nós vamos dar um jeito nisso. Não vamos?
Sucre o encarou também.
-Ok, nós vamos.
Michael consentiu. Então os dois ficaram em silêncio.
Sucre fez uma expressão de quem acabara de lembrar-se de algo, e então perguntou:
-E a Sara, Michael?O que aconteceu com ela?O Linc e o L. J.? E por que afinal você está aí dentro?
A expressão de Michael entristeceu-se.
-Eles não estão nada bem. E tudo isso é minha culpa, me sinto cada vez mais responsável, Sucre.
-Hey, não fala assim. Você já fez muito por eles, você sabe disso.Vamos, me conte o que aconteceu.
Michael então lhe contou tudo.
Sucre motivou-o.
-Michael, você vai encontrá-los. L. J. é esperto que nem você e a Sara é forte, não se abala facilmente.
Michael com tristeza nos olhos, tentou sorrir e por fim respondeu:
-Estava precisando ouvir isso... Talvez só vindo de você mesmo. E quanto a Maricruz, procurarei Bellick e farei ele falar.
Michael viu Sucre sorrir daquele jeito que denunciava que ele estava prestes a conseguir algo muito desejado.
-É assim que se fala, Michael! Nós vamos salvá-las, nós vamos trazer a Maricruz e a Sara de volta.
E pela primeira vez em dias, Michael sorriu de verdade.



Depois de muito se remexer no pequeno sofá onde estava. Lincoln abriu os olhos, assustado. Sentou-se rapidamente e limpou o suor do rosto, foi então que percebeu que havia caído no sono no sofá do quarto onde estava. Olhou para a frente, na mesinha de centro estava o motivo por ter acordado tão subitamente. Seu celular estava virando e o toque já estava no último volume..
Ele aproximou-se da mesinha e pegou o celular nas mãos. Lia-se ‘’número não identificado’’. Lincoln pensou duas vezes, mas por fim atendeu.
-Quem fala?
-É você, Lincoln?
-Eu perguntei quem fala.
Lincoln insistiu, então lhe responderam.
-Linc, aqui é a Susan.
Lincoln silenciou e prestou atenção ao que ouvia. Era uma voz forte e atraente aos ouvidos.
-Não me pergunte como eu consegui o seu número, porque essa foi a parte mais fácil. Bom, nós estamos com o seu filho e a namorada do seu irmão, como a essa altura você já deve saber, pois já recebeu as fotos.
Lincoln sentiu o ódio tomá-lo e gritou:
-Cadê eles?O que vocês fizeram com eles?Desgraçados!
-Linc, me poupe das suas chantagens e me escute o que é o melhor e mais aconselhável para você. L. J. e Sara estão bem, e por enquanto eles continuam como estão, mas isso depende de você e do seu irmão. Manterei contato com você por telefone e assim que for necessário mandarei alguém até você. Até aqui, estamos entendidos?
Lincoln suspirou do outro lado da linha, e respondeu friamente.
-Estamos.
-Ok, vejo que você está cooperando. Bom, existe uma pessoa em Sona, o nome dele é Whistler. A única coisa que o seu irmão tem de fazer é tirá-lo de lá. Nada mais. Por fim trocaremos Whistler, por L. J. e Sara. Nós temos um acordo, ou você quer correr o risco de ver seu filho em outro estado que não o de vida?
Lincoln não falou nada por alguns segundos. Depois suspirou inconformado e respondeu:
-Temos um acordo. Mas toque no meu filho e vocês irão pagar.
-Boa noite, Linc. E não esqueça de mandar lembranças ao seu irmão.
Susan desligou e Lincoln com toda a raiva jogou o telefone contra a parede.