terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Prison Break {Capítulo 03x12}


Prison Break
3º Temporada

Capítulo 12
Planos

 

Os sentidos de Lincoln começavam a voltar a si, lentamente abriu os olhos. Ainda estava caído no chão. O peso em seu corpo era esmagador e sua respiração parecia ter sido arrancada do próprio corpo. Só então percebeu que havia desmaiado e estava despertando. Sentou-se e recostou-se na parede fria, sentia a cabeça latejar, como se algo estivesse batendo dentro dela.
Olhou imediatamente para cama: a caixa ainda estava ali e a tampa estava no carpete, atirada ao seu lado. Alevantando-se e juntando toda a sua força pegou a tampa e foi até a cama; olhou mais uma vez para dentro da caixa e tapou-a.
Lincoln foi até a cabeceira e consultou as horas no pequeno despertador do hotel.
Eram 7:15 da manhã, ficou surpreso por ter dormido quase um dia inteiro.
Tomou um banho, onde pode colocar sua mente em ordem. Uma coisa estava certa: teria que ver Michael, mais um dia e a situação se complicaria.
Assim que saiu do banho e vestiu-se, o telefone tocou. “Número não identificado” mais uma vez. Respirou fundo e preparou-se para o que veria a seguir.
-Alô?
-Borrows?
-É ele.
-Aqui é a Susan. Creio que você já deve ter recebido o nosso presentinho. Estou certa? Lincoln engoliu em seco.
-Sim, recebi.
-Ok. Então eu não vou fazer rodeios. Primeiro... Whistler?
-Não sei lhe dizer ainda... Vou falar com Michael hoje.
-Ok. Segundo... Caso você não queira que o que aconteceu com Sara aconteças ao seu filho, você vai garantir que Whistler esteja em mãos até amanhã. E no mesmo dia, você vai me encontrar.
Susan lhe passou um endereço. Ele anotou no pequeno papel que tinha em sua cabeceira e ela desligou um segundo depois. Ouviu, pensativo, alguns segundos mais o sinal de ocupado na linha e colocou o celular no bolso. Saiu do hotel com o objetivo de chegar a Sona.




Chuck corria apressado pelos corredores, até que em ao dobrar em um deles avistou Michael.
-Hey, Michael!
Michael parou bruscamente e olhou para trás. Viu Chuck aproximar-se e perguntou:
-O que houve?
Chuck ofegante respondeu:
-É o Lincoln, ele apareceu... Está lá fora te esperando.
Chuck viu a expressão de Michael alegrar-se e surpreender-se ao mesmo tempo.
Decidido disse à Chuck:
-Eu vou lá.
Chuck consentiu sorrindo e Michael foi mais uma vez de encontro ao irmão.



Chegou lá e viu-o apoiado sobre as grades. Sua camisa azul estava com os quatro primeiros botões abertos e sua expressão não era das melhores. Michael se aproximou e perguntou:
-Hey, você está bem?
-É, eu . E você?
Michael olhou para baixo e confessou:
-É as coisas estão melhorando para o nosso lado. Encontramos Whistler... Já sei onde devo cavar... Mas Linc, por que você não veio antes?Dias sem notícias...
-Michael, eu não pude vir antes. Se pudesse teria vindo, OK?Olha eu trouxe isso para você.
Lincoln tocou por cima das grades, uma sacola branca, com uma camisa dentro.
Depois de olhá-la Michael lhe agradeceu.
-O apartamento está quase pronto. Só tenho que comprar mais algumas coisas.
Michael sentiu que Lincoln estava tentando se desviar de assuntos mais importantes. E inconformado com aquilo e com a possibilidade dele estar lhe escondendo algo, tomou coragem, ao perguntar:
-O que você está tentando esconder. Linc?
Michael trazia incertezas e a desconfiança no olhar, sabia que Lincoln estava estranho e aquilo tinha que significar algo. Lincoln alevantou o volume da voz, ao admitir:
-Está tudo bem, Michael!Eu só quero que isso acabe de uma vez por todas!
Michael o olhou com mais desconfiança ainda e levantou o tom de voz também:
-E Sara e L. J.? Como estão? A Companhia deu algum sinal? Mandou mais fotos? Mais ameaças? Quem sabe você começa a responder as minhas dúvidas, Linc?
Michael presenciou Lincoln fechar os olhos e suspirar ansiosamente. Permaneceu alguns segundos lutando contra si mesmo e depois voltou a encarar o irmão: -Ok, Michael. Isso tudo só está me deixando um pouco perturbado. Só isso... L. J. e Sara estão bem.
Susan entrou em contato, nos encontraremos logo.
Lincoln engoliu em seco, doía ter de mentir para Michael, mas em nenhum momento ele cogitou contar a verdade. Simplesmente a coragem lhe faltava e o medo, o remorso e mil e outros sentimentos que ele não sabia nomear lhe invadiam o peito.
Michael o observava em silêncio. Lincoln esperava ansioso por uma reação que comprovasse que ele fora convincente em sua mentira.
Michael desviou o olhar e admirou o nada.
-Ok, você falará a Susan, nesse encontro, que já temos Whistler, mas que só o tirarei daqui quando tiver mais fotos. Quero ter a certeza de que Sara e L. J. estão vivos... E, quero saber da mãe de Chuck. Você a viu?Ajudou-a?
-Sim, conheci o tal Simón e a Dona Inês. Paguei o tratamento dela e os exames futuros. Eles vão ficar bem...
-Que bom! Obrigado.
Lincoln consentiu. E arriscou-se a perguntar:
-E Bellick, Charlie... E sobre todo o resto?O que você tem a me dizer?
Michael lhe contou tudo o que acontecera nos últimos dias, suas desconfianças, suas idéias e planos.
Lincoln em sua confusão parecia digerir as palavras do irmão.
-Então, é isso?Mais fotos... Fuga em andamento?
-É, é assim que vai ser.
Lincoln não parecia satisfeito com as possibilidades, mas concordou, mesmo que impaciente.
-Ok... Eu estou indo. Falarei com Susan, logo o verei.
Michael desanimado concordou:
-Tudo certo. Escuta... Eu gostaria de falar com você e Sucre amanhã! Tem como isso acontecer?
-Claro, pode ser pela manhã?O encontro com Susan é a tarde.
-Ótimo, amanhã pela manhã. Até mais, Linc.
-Até, irmão.
Os dois tomaram caminhos diferentes. Michael, ao entrar em Sona, pegou um dos corredores que dava acesso ás celas. Pensava no tanto que tinha que fazer. Foi, então, que percebeu a importância de explicar os planos mais detalhadamente aos demais. Encaminhou-se a cela de Charlie e Whistler.



Antes de chegar perto o suficiente percebeu que havia apenas uma pessoa lá dentro. Colocou-se em posição, ao entrar e então reconheceu ser Whistler quem estava lá. Ele, imediatamente, assustou-se com a sua presença.
-Michael!Nossa... – ele contraía as sobrancelhas.
Michael o fitou pensativo.
-Como isso é estranho, não é mesmo, Whistler?
-O que?O que é estranho?- ele levantava-se.
-Você... Sempre surpreso a me ver! Ou isso é coisa da minha cabeça?
Whistler ajeitou a barra da camiseta com os dedos e desviou os o rosto ao responder:
-Isso, eu acho que é coisa da sua cabeça, mas o que te traz aqui?Algum problema com os nossos planos?
-Não, até agora está tudo sob controle... Eu só pensei que seria bom lembrá-los da nossa reunião. Você podia lembrar Charlie por mim?
-Claro, claro... – ele franziu o cenho e então, lançou-lhe uma última olhada rápida.
Michael retirou-se. Continuou caminhando devagar. Aquela conversa fora cheia de sarcasmo da sua parte, ele tinha que admitir, só que deixar Whistler nervoso não iria adiantar de nada. Se ele quisesse saber de algo mais, saber disso que parecia estar por debaixo dos panos, ele teria que escolher outra tática. Mas qual seria a tática de mais ajuda?Nada lhe ocorria à mente naquele momento.
Pode ver Bellick em meio a uma conversa com outros prisioneiros. Passou bem lentamente ao seu lado e cochichou em seu ouvido:
-Siga-me.
Ele pareceu entender perfeitamente o recado. Enquanto estava mais a frente, Michael o ouviu despedir-se dos outros rapidamente, logo os passos precisos e depois o enxergou ao seu lado.
Ele balançou a cabeça, como se o cumprimentasse. Michael fez o mesmo.
-O que faremos?- perguntou com curiosidade em sua voz.
-Você verá. – Michael lhe respondeu.
Quando chegaram, os outros já estavam presentes lá. Chuck estava sentado ao chão escorando suas costa na parte debaixo do beliche. Charlie ao lado de Whistler, em pé perto da janela. Bellick entrou e acomodou-se no banco, que estava do outro lado da cela.
Michael pegou um giz, que Chuck o alcançara e desenhou no chão em no máximo em dois minutos. Depois de terminar expressou:
-Ok... Aqui está o esgoto.
-É lá onde passaremos a maior parte do tempo a partir de agora então eu quero que vocês prestem muita atenção... – Michael observou o próprio desenho. – Bom, como vocês podem ver, aqui tem a escada, a água, o túnel e logo o escoamento. Da próxima vez que descermos, teremos que ver o que há aqui – apontou para o vazio que havia após o escoamento - e descobrir o que há lá. Se o túnel continuar, provavelmente não teremos problemas... Caso contrário, teremos que pensar em algo.
Bellick manifestou-se:
-E como cavaremos, para cima?Para baixo?
Michael levantou-se para encará-lo.
-Não sei ainda, depende muito da condição em que o lugar se encontrar.
Michael devolveu o giz a Chuck e agradeceu.
-Você conseguiu o que lhe pedi, Chuck?-Sim, sim.
Chuck foi até seu travesseiro e retirou quatro relógios velhos e com pouca cor.
Ele entregou a Michael e esperou.
-Ok, isso é para vocês. – Ele entregou um para cada. – Não poderemos descer lá agora. Eu andei por lá hoje de manhã, antes de falar com Lincoln e Lechero me achou. Ele desconfiou de algo e disse para mim me manter longe de lá.
Bom, então, esperaremos pelo menos até amanhã. Às três e meia. Certo?
Os outros concordaram e Michael finalizou:
-Depois de isso feito, teremos que arranjar uma forma de subirmos no quarto de Lechero para pegarmos as pás e outras coisas mais. Então, pensem... Idéias serão muito bem-vindas no momento.
Todos eles deram suas opiniões e expressaram suas idéias e dúvidas. Depois começaram a se dirigirem para suas celas, deixando Michael e Chuck a sós.
Assim que eles estavam longe, Chuck manifestou-se ansioso:
-E Linc?E Sara e L. J.?E... A minha mãe?
Michael sorriu ao ver a ansiedade presente em suas palavras.
-Sara e L. J. estão bem. Lincoln disse que pagou o tratamento de sua mãe e disse também que conheceu a ela e ao seu irmão.
A felicidade e o alívio pareceram tomar conta da expressão leve de Chuck.
-Michael, obrigado por tudo isso.
-Você não tem que agradecer. Isso é pelos vários favores que você tem feito por mim aqui. Pela comida, pela cela, os acessórios – Michael levantou com as mãos balançando no ar um dos relógios que Chuck conseguira. – e pelo companheirismo e finalmente, pela amizade.
Os dois olharam-se com ternura.
-Eu quero conhecer eles, um dia...
Michael o olhou confuso.
-Quem?
-Como “quem”, cara? – Chuck riu. – Sara e L. J. até mesmo Lincoln... Ah, e o Sucre.
Michael sorriu um pouco intrigado.
-Tudo bem, você vai conhecê-los. Vou conhecer a sua família também... Se você assim me permitir, é claro.
Mais um sorriso se alargou no rosto de Chuck. Deixando o ambiente mais leve e mais esperançoso.
Os dois passaram o resto da tarde e da noite que chegava conversando sobre o futuro e planos. Michael lhe contou sobre a loja de mergulho que planejava abrir no México e como almejava sua vida ao lado de Sara. E que a falta dela o deixava sem ar. Chuck lhe contou que sonhava entrar para faculdade, que gostaria de ser um engenheiro como ele. E que queria ver sua mãe curada o mais rápido possível.
Quando chegou a hora de deitarem, Michael rezou. Pediu mais uma vez pela saúde e proteção de todos. Pediu que ela estivesse bem e que soubesse que ele pensava nela a cada instante de sua mera existência. Michael, não sabia explicar ao certo o porquê, mas uma calmaria muito grande começava a se instalar dentro dele. Mais uma vez, ele sabia que conseguiria, poderia demorar, mas um dia a sua paz iria chegar e se instalar nele para ficar de vez.