segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Prison Break {Capítulo 03x06}

Prison Break
3º Temporada


Capítulo 6
Planos

Michael conseguiu dormir melhor aquela noite, depois de ter visto e conversado com Sucre. Saber que tinha alguém ali dentro, além de Chuck, com quem ele podia conversar e confiar, era realmente reconfortante. Ainda mais quando esse alguém sabia tudo o que lhe acontecera até ali.
Levantou-se do beliche e começou a caminhar. Logo que saiu da cela, avistou Lechero no fim do corredor que dava acesso ao pátio. Assim que um outro prisioneiro começou a conversar com ele, Michael aproveitou seu momento de distração, desviando de seu destino e pegando o primeiro corredor à direita.
Começou a apressar o passo, precisava encontrar logo o que queria. Caminhou por todos os corredores e celas, mas nada. Escorou-se em uma das janelas no corredor e limpou o suor que escorria de sua testa. E assim, tão rapidamente e inesperado, como se não houvesse outros problemas em sua mente, lembrou-se dela. Lembrou-se de Sara. Onde estaria?O que estariam fazendo com ela?Estariam lhe dando o que comer e beber?Estaria ela se sentindo sozinha?
Tantas perguntas e nenhuma resposta. Tinha tanto medo de perdê-la, de nunca mais vê-la. Chegava a ser insuportável pensar na idéia. Só queria abraçá-la, era tudo o que queria. Sentir seu corpo junto do seu, sentir sua respiração e seus batimentos, sentir essa imensidão que era saber que alguém que se ama, está vivo e por perto.
Mais ainda inesperadamente do que pensara nela, sentiu tocarem em seu ombro e sua mente esvaziar por alguns segundos mínimos. Desescorou-se da janela e o olhou.
Era um homem de meia idade, com barba grisalha, vestia roupas largas e ao lado da orelha, quase que no pescoço, carregava uma cicatriz.
-Você é o Michael, não é?
Sua voz era serena e calma.
-Sou sim.
-Ah, prazer, Michael. Eu sou o Charlie. Chuck me disse que você estava procurando por alguém e eu acho que posse ajudar.
Charlie encarou Michael e pediu para segui-lo. Viu-o distanciar: ele não parecia uma má pessoa, mas ali dentro tudo era possível. Por apenas alguns segundos a idéia de não segui-lo passou pela cabeça de Michael, mas mais uma vez não lhe restava muitas opções. Tratou de apressar o passo para alcançá-lo.
Caminharam juntos e em silêncio até o fim daquele corredor. Por fim chegaram a uma sala ampla e fechada, com apenas duas portas, a pela qual adentraram e outro ao fim da sala.
A luz não adentrava muito ali, mas conseguia-se enxergar alguns colchões e um balde em um canto mais além que provavelmente continha água em seu interior.
Michael deu alguns passos mais e o avistou atirado sobre um tapete imundo, vestindo apenas um calção pequeno. Sua aparência estava um pouco melhor do que a última vez que o vira.
Ao se mover, Charlie produziu certo barulho, foi então que Michael percebeu que ele ainda estava ali.
-Bom, aí está ele.
Michael consentiu para ele e depois ouviu:
-Michael, será que depois que você resolver esse problema nós podemos conversar?
Michael consentiu mais uma vez, mesmo que nem tivesse pensado sobre o assunto. Viu Charlie sorrir para ele, dar meia volta e se retirar da sala.
Durante um tempo ele permaneceu quieto ali. Tomou coragem, então, e caminhou até ele:
-Bellick.
A criatura que até pouco tempo estava contorcida naquele tapete e de olhos fechados, aos poucos foi ajeitando o corpo até estar de frente para ele. Esfregou as mãos nos olhos e encarou quem acabara de atrapalhar o seu sono.
Encararam-se por um longo tempo, durante o qual nenhum dos dois pronunciou nenhum palavra. Bellick ajeitou o corpo e lentamente pôs-se de pé.
-E, aí, Scofield, está gostando da estadia em Sona?Melhor ou pior que Fox River?
Bellick deu uma gargalhada de desdém. Michael, no entanto, não riu e também não demonstrou raiva já estava acostumado com o tom sarcástico de Bellick.
-Bellick...Eu falei com Sucre. Você sabia que ele está trabalhando aqui?
-Ah., o nosso velho Sucre está trabalhando aqui?!Engraçado que nós todos não conseguimos nos manter longe por muito tempo, não é mesmo?
Michael respirou profundo e impaciente.
-Bellick, vamos pular essa parte da conversa, então, você deve saber por que eu estou aqui, certo?
Bellick riu novamente, mas desta vez ele parecia mais interessado na conversa que Michael estava propondo.
-Ah, Michael, Sucre te mandou aqui para salvar a bela Maricruz. Até que não me faria mal te dizer onde ela está, mas você sabe que vou ter que ganhar algo por esta informação, não é?
Michael olhou para a porta que estava logo à frente, fechou os olhos e passou as mãos sobre a cabeça. Encarou Bellick assim que abriu seus olhos.
-Ok, já esperava isso...Então, o que você quer?
-Você também já devia saber, mas eu lhe explico. Sei que você já deve estar arranjando um jeito de sair daqui e nem tente mentir, porque eu vi você observando o muro e as grades lá fora, outro dia. Você não me viu, mas eu te vi, Scofield. Fui claro?Ou preciso desenhar para que entenda?
Michael respondeu rapidamente:
-Sim, foi claro. Bom, quando eu tiver algum plano em mente, a gente volta a conversar.
Michael já estava se preparando para sair, quando Bellick o barrou.
-É melhor você não me passar para trás, porque se isso acontecer, a namoradinha do nosso querido Sucre e o seu bebê vão passar horas bem difíceis sozinhos e com pouco comida.
-Não vou te passar para trás. Mas eu preciso de uma garantia de que você entregará a Maricruz e que se realmente participar desses planos, não contará para ninguém sobre.
-Minha palavra serve de garantia?
Michael riu.
-Ah, Bellick, nós dois sabemos muito bem que a sua palavra não serve para muita coisa, mas se é só ela que nós temos, por enquanto serve sim.
Michael deu as costas para Bellick, deixando sem muita ação.
Percorreu de volta o corredor que o levava ali e voltou para sua cela.
Quando chegou, encontrou Chuck lá, sentado na cama no beliche de cabeça baixa.
-Chuck.
Chuck levantou a cabeça para ver quem estava ali. Michael o olhou: havia uma marca avermelhada em seu olho e ele reparou também que sua bola não estava com ele.
Michael aproximou-se e sentou ao seu lado.
-O que houve?
Chuck não lhe respondeu absolutamente nada, permanecia de cabeça baixa e examinando as mãos.
-Não quer me contar?
-Nada, não foi nada, Michael.
Michael insistiu:
-Eu não vou desistir de saber.
Chuck bruscamente levantou do beliche e soqueou a parede.
-Droga, Michael!Eu não quero arranjar problema para você.
Michael o fitou, e antes que pudesse pensar sequer em algo para lhe dizer, ouviu um barulho às suas costas e virou-se.
-Ok, bonitão. Vamos ter uma conversinha, prometo ser rápido com você.
Era Lechero, com seus passos firmes e precisos, e sua expressão autoritária.
Vestia uma calça jeans velha e suja e uma camisa branca com a gola marcada pelo seu suor.
Michael levantou-se e virou-se mais uma vez para poder olhar Chuck: havia um certo medo em seus olhos negros acinzentados . Pensou por um instante: a marca no rosto dele, deveria ser obra do Lechero. Esse por sua vez, aproximou-se mais e disse:


-Então, Chuck não lhe contou o que aconteceu hoje?
-Não, não contou.
-Você é um homem de poucas palavras não é, Scofield. Vou lhe contar, então.
Lechero aproximou-se do banquinho que havia perto do beliche, ajeitou as calças na cintura e sentou-se.
Chuck permaneceu imóvel durante toda a conversa. Minutos depois, Lechero foi embora dizendo que estava de olho neles.
Durante o primeiro minuto em que ficaram sozinhos, nenhum dos dois disse qualquer coisa que fosse. Foi então, que Michael reuniu toda a sua calma e iniciou aquela conversa.
-Por que você não me disse que Lechero estava chantageando você para dizer o que eu estava planejando aqui dentro?
Chuck levantou os olhos para Michael, por um instante ele pensou que o garoto não falaria, mas em seguida o ouviu se atrapalhar nas palavras que dizia rapidamente.
-Eu não podia dizer nada, Michael!Nem pra você, nem para ele!Porque se eu dissesse iria estragar tudo. Você não ia sair daqui e não ia poder ajudar o teu irmão, o teu sobrinho e aquela mulher...Como é mesmo o nome dela?-Chuck franziu a testa ao fazer aquela pergunta, mas logo sua expressão voltou ao normal-Ah!A Sara...Hum, você não ia conseguir ficar com ela...E tem a minha mãe, você apareceu do nada e quer ajudá-la também!Não podia entregar de bandeja para esse homem a última esperança que ela tem!
Chuck falava tudo muito rápido e começava a chorar ao mesmo tempo, Michael tentou se aproximar, mas ele recuou e silenciou. Então, Michael, perguntou:
-Foi ele quem fez isso?
Chuck apenas balançou a cabeça concordando.
-E tirou a minha bola.
-Ok, a gente dá um jeito de conseguir outra. E, quanto a tudo isso, dá próxima vez que você estiver acontecendo alguma coisa errada, nós vamos resolver juntos, OK?
E se você precisar de qualquer outra coisa...
As palavras de Michael foram sumindo e Chuck abriu um sorriso.
-Você já vai fazer alguma coisa pela minha mãe e isso já é tudo o que você pode fazer.
As palavras de Chuck deixaram Michael mais feliz.



Antes de terminar o dia, Lincoln apareceu com o endereço que Michael pedira.
-Tá aqui, Michael.
Michael pegou o papel que Lincoln alcançava entre as grades e leu: ‘’Instalações de Pesquisa, Nova Iorque.’’.
-Foi só isso que você conseguiu?
-Foi sim.
Michael olhou para o irmão. Lincoln sustentou seu olhar por alguns segundos e depois desviou. Ele não sentiu firmeza na postura de Lincoln, mas não quis fazer caso e prosseguiu:
-Bom, a princípio, assim que eu sair de Sona, nós temos que ir a esse lugar.
Lincoln mal escutara o que Michael falara e começou a contestar.
-Michael, não seria arriscado demais?E se for uma armadilha?E se eles quiserem que a gente vá justamente nesse lugar?
-Lincoln, você acha que eu já não pensei nisso?Mas nós não temos mais tempo para hipóteses, temos que agir...L.J. e Sara estão em perigo.
Lincoln passou a mão sobre a cabeça.
-Ok, ok, ok...Eu tenho algo a dizer, Michael.
Michael surpreendeu-se, então perguntou:
-O que foi?
-Alguém da companhia me ligou ontem à noite. E ela me disse que está com eles, e que você precisa ajudar alguém a sair daqui.
Michael estava perplexo com o que acabara de ouvir.
-Explique melhor, Linc. Quem é ela?Ajudar quem?
Lincoln parecia nervoso, suas mãos estavam grudadas na grade e ele suave muito.
-Já disse, trabalha para a Companhia, Susan é o seu nome. E o prisioneiro que você tem de ajudar é Whistler.
-Linc, eu não sei...Eu não vou fazer isso. Não posso, você sabe que eu não posso.
-Michael, mas se você não fizer, acabou tudo L.J. e Sara deixam de existir. Você tem que fazer!
Michael balançou a cabeça, confuso. E depois de algum tempo em silêncio disse:
-Quem é esse homem?Como ele é?
-Não sei, ela disse apenas que o nome é Whistler e que você deve tira-lo daí.
No resto, disse que tornaria a ligar....Mas então, você conhece algum Whistler?
-Não, eu não conhece. Mas assim que ela ligar, diga que eu irei acha-lo.
Lincoln consentiu. Michael entristeceu ao perguntar:


-E eles?Ela disse como estão?
-Disse, disse que estão bem.
Michael suspirou aliviado.
-Eu vou conseguir, Linc. Nós vamos conseguir, ok?
-Eu sei, eu sei.
Michael aproximou-se mais das grades que os separavam.
-Preciso que você faça uma coisa.
Lincoln olhou para os lados, como se que estivesse verificando se alguém estaria vigiando-os e depois tornou a olhar para o irmão.
-Fala.
-Existe uma pessoa lá fora, com quem eu deixei uma continha em dinheiro, caso algo como essa situação em que nos encontramos acontecesse. Seu nome é Josh, ele trabalhava comigo e mora ainda no meu bairro, eu acho. Ele morava no prédio azul marinho que havia ao lado do meu. Apartamento 204. Procure-o, ou consiga o número dele, através dessas informações que eu passei. Peça ao Josh para alugar um apartamento aqui no Panamá mesmo, mas tem que ser no nome dele, para ninguém da Companhia nos achar. Compre comida, roupas, o que puder, para que possamos passar alguns dias sem ter com o que nos preocupar, caso isso seja necessário. Tenho que ir, Linc.
-Ok, eu farei. Eu volto amanhã, procure-o, Michael. Tudo depende desse homem, agora.
Michael consentiu, um pouco inconformado.
-Até amanhã.
-Até.
Os dois se despediram e Michael voltou para Sona. Sua cabeça fervia. Agora ele sabia que tinha muito trabalho pela frente. Seu sossego e felicidade ainda demorariam a chegar.

2 comentários:

Déh disse...

aaaaaaai que bom ler mais um capítulo da sua fic, rafa :D já tava com saudades dela. adorei muuuito esse capítulo (: eu acho que você deveria fazer o "Prison Break 2 - versão Rafaela Nunes" *--------* já imaginou? aimeudeus, seria perfeito³ (L) tô amando a fic, cada dia melhor, looouca pra ler os próximos capítulos :D beijãão ;*

Gabrielle disse...

Texto a la Rafaela Nunes, sempre. Só tu pra conseguir deixar até SONA assim, quase doce!

Tá lindo!