segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Prison Break {Capítulo 03x09}

Prison Break
3º Temporada

Capítulo 9
O velho Charlie

Lincoln se contorcia na cama. Imagens de pessoas surgindo do nada e atacando Michael, L. J. e Sara atormentavam seus sonhos logo pela manhã. Com um grito agudo acordou assustado, suas roupas do corpo e da cama estavam ensopadas. Sentiu uma gota de suor escorrer pelo seu rosto, produzindo um arrepio longo por todo o seu corpo.
Sentou-se, escorou-se no travesseiro e respirou fundo por alguns segundos. Tentando não pensar em nada, levantou-se foi até o banheiro e lavou o rosto. Logo depois encarou a si próprio no espelho acima da pia, havia muitas perguntas em seu interior, mas a que mais lhe atormentava era: Quando aquilo tudo iria finalmente terminar?
Não havia nada pior do que aquela sensação de impotência que estava sentindo nos últimos dias. Ficar parado e esperar não era bem o seu forte, mas a sensação era exatamente essa, a de estar parado esperando que “outros” lhe dissessem o que devia fazer a seguir.
Comeu alguma coisa, tomou um banho. Foi até a cama e sentou-se diante a grande janela que havia em seu quarto. Admirou um pouco a vista e enfim tomando coragem ligou para Bruce.
Conversaram pouco. Lincoln apenas o agradeceu por tudo, dizendo que o melhor no momento era que ele se afastasse. Garantiu que qualquer outra notícia ele telefonaria.
Assim que desligou o telefone, ele tocou novamente. Lincoln olhou o visor: número não identificado. Sabendo que poderia ser Michael, ele atendeu:-Alô?!
-Lincoln?
-Sim, é ele.
-Aqui é a Susan.
Lincoln sentiu as bochechas rosarem, o sangue realmente parecia estar subindo-lhe a cabeça.
-Como estão Sara e L.J.?
-Antes de mais nada Lincoln, nós precisamos conversar sobre Whistler...Seu irmão não o encontrou não é mesmo?
-Não, ele não encontrou, mas você não nos deu um prazo...E eu sei que em alguns dias...
-Linc, eu não tenho tanto tempo quanto vocês pensam. A questão é...Eu quero que Michael encontre Whistler até o fim desse semana, caso contrário, você terá não só uma correspondência, mas duas para receber.
Lincoln respirou, e lutando para se concentrar naquela conversa perguntou:
-Sobre o que você está falando?Que correspondência?
Lincoln ouviu a risada carregada de cinismo que Susan dera do outro lado da linha.
-Você verá, você verá...E assim que Michael encontrar Whistler, nos falamos novamente. Tenha um ótimo dia, Borrows.
Ela desligou, antes mesmo que Lincoln pudesse descontar a sua raiva.
Colocou o celular no bolso da calça e saiu do apartamento.




Michael levantou-se aquela manhã e depois de descer do beliche, foi até a janela. Lá fora, além da terra do chão e das grades a uns 50 metros do muro de Sona, haviam também cabanas onde os guardas ficam monitorando tudo, dia e noite.


Ele já havia observado que na entrada de Sona haviam três cabanas e nos fundos apenas duas. Isso significava que por trás era mais fácil sair despercebido. Virou-se e viu que Chuck estava despertando. Ainda deitado na cama ele o olhou e disse:
-Bom dia.
Michael retribui:
-Bom dia.
Chuck se espreguiçou, depois de sentar-se.
Michael, de cabeça baixa, admirava o cisne de origami que estava em suas mãos.
-Michael!
Ele levantou o rosto e o encarou:
-O que foi?
-O que é isso?
Chuck apontou para o pássaro.
-Uma cegonha.
-Eu sei, mas por que você está com ela?
-Lincoln o deixava todas as manhãs na minha cabeceira, antes de sair. Alguns anos mais tarde eu descobri que significava comprometimento familiar. Lincoln queria dizer que eu não estava sozinho, mesmo com ele longe.
Michael suspirou e olhou para o origami novamente, então disse:
-E durante um tempo eu o usei para me comunicar com a Sara.
De repente um fleche do rosto de Sara sorrindo para ele passou na frente de seus olhos cansados. E a voz dela dizendo “Michael, eu sentirei sua falta sempre” lhe ocorreu aos ouvidos.
Chuck viu sua expressão séria, levantou-se da cama e aproximou-se.
-Desculpa por isso, mas eu ouvi a sua conversa no celular ontem.
Michael surpreendeu-se.
-Era ela... Não era?
Michael deu longo suspiro que mais parecia uma eternidade e levantou os olhos:
-Era ela.
-Quando você acha que sai daqui?Você acha que conseguirá salvá-los?
-Não sei todas as respostas que eu gostaria de saber, Chuck... Mas, se eu não conseguir sair ou salvar eles, eu morrerei tentando.
Chuck apenas continuou a olhá-lo. E Michael guardou o origami.
-Espero que você consiga e eu vou fazer o possível para ver você conseguir.
Ouvir aquilo preencheu um vazio dentro de Michael.
-Obrigada, é bom saber que eu tenho você.
Os dois sorriram um para outro, Michael disse que precisa falar com Sucre e deixou Chuck sozinho.




Depois de atravessar o pátio, caminhou por um corredor vazio, e observou alguns homens fazendo comida em uma panela pequena. Olhou dentro dela: haviam restos de frango, a maioria era ossos com pouca carne. Apesar da visão não ser muito agradável ou boa, sentiu o estômago roncar.
Andou mais um pouco e chegou as grades. Avistou Sucre cavando um buraco e ao seu lado vários corpos empilhados uns sobre os outros. Um frio percorreu-lhe a espinha: tinha presenciado todos aqueles homens morrerem brutalmente nas lutas que haviam em Sona.
Michael aproximou-se das grades e gritou pelo nome do amigo.



-Sucre!
De longe, ele viu Sucre parar de cavar e limpar o suor do rosto. Logo eles estavam frente a frente.
-Como tá, irmão?Achei que tinha esquecido de mim.
Michael sorriu de leve.
-Já estive melhor. E eu não esqueci de você.
-É, você tem razão já estivemos melhor.
-Sucre, eu falei com o Bellick.
Michael relatou precisamente sua conversa com Bellick. Depois Sucre perguntou por L. J. e Sara e ele lhe contou os últimos acontecimentos.
-Então você terá que fugir de novo?
-É, depois disso tudo, não tenho mais o que fazer. Sara, L.J. e Maricruz não podem esperar.
Sucre forçou um sorriso e depois em tom preocupado, perguntou:
-E você está disposto a levar o Bellick junto?
-Acho que Bellick não vai matar ou estuprar como T-Bag, então isso não chega a ser um problema.
Os dois riram. Michael encontrou os olhos de Sucre e disse:
-Precisarei da sua ajuda para sair daqui.
-Fala, Michael. Farei o que precisar.
-Bom, eu vou ter que cavar um buraco bem fundo, se quiser sair daqui e como você é o coveiro.
Os dois riram novamente. Sucre esfregou os olhos.
-O que você está planejando?
-Bom, tem os canos do esgoto lá em baixo, vou começar a cavar ali, Bellick e Chuck vão ter que ajudar. Vou cavar nessa direção.
Michael apontou para além das grades que determinavam o limite de Sona e continuou explicando:
-Sei que você enterra os corpos lá fora, depois das grades. Quando nós já tivermos cavado bem fundo e tiver ultrapassado as grades ou pelo menos o muro, você vai ter que dizer aos guardas que está usando o buraco para enterrar os corpos todos juntos.
Sucre concordou, mas depois quis saber:
-Mas e se eles quiserem checar lá dentro?
-Ok, pensei nessa hipótese também. Talvez você possa colocar no fundo uma madeira e logo acima alguns corpos. O suficiente para convencê-los e suficiente para que não desabe tudo.
-Ok, acho que posso fazer isso.
-Assim que eu tiver algo novo voltamos a nos falar, ok?
Sucre concordou e eles despediram-se.




Michael voltou a Sona, procurou Chuck pelo pátio, mas não o achou. Decidiu então ir até a cela deles, mas quando chegou lá, Chuck não estava, mas T-Bag sim.
Michael parou onde estava quando o avistou. T-Bag havia sentado no beliche e remexia nos poucos cabelos com a mão que ainda lhe permitia movimentos.
-Scofield...
-O que você está fazendo aqui?-Quis saber Michael.
-Eu vim ter uma conversinha com você. Por quê?Agora Sona tem limites demarcados?
-Não, Sona não tem limites. Mas você já devia saber que não é bem vindo aqui.
Michael passou por ele e aproximou-se do beliche. T-Bag virou-se para mirá-lo.
-Eu falo sério, Theodoro. Diga logo o que você quer, porque eu não tenho tempo a perder.
-Ah, não tem tempo a perder?Por que será, Scofield?Por acaso você tem estado distraído com alguma coisa?
-Isso não é da sua conta. Vamos diga logo o que você quer!
Michael lhe lançou um olhar perfurante. T-Bag aproximou-se dele cuidadosamente.
-Pelo que eu o conheço você já deve estar imaginando uma maneira de sair daqui, não é mesmo?
Michael se sobressaltou e começou a gritar:
-Ah!Então é isso?Você está pensando que eu vou te ajudar a sair daqui?!
Mas você está muito enganado!Saia, agora!
Michael balançava o braço em direção à saída da cela. T-Bag calou-se, fez menção de sair, mas ao invés de fazê-lo, finalizou:
-Ok, Scofield. Eu não queria irritar você, muito menos pedir para você me tirar daqui. Até porque, se desta vez você tentar, não sei se você se sairá bem. Na verdade, aquele velho, o tal de Charlie, pediu que eu viesse aqui e te lembrasse que você deve uma conversa à ele.
Sem mais comentários, T-Bag deixou a cela e Michael com seus pensamentos: seria tão importante assim o que Charlie tinha a dizer a ponto de mandar T-Bag lhe lembrar disso?Não pensou mais e foi atrás de respostas.
Não levou muito tempo até que ele o encontrasse em uma das celas do outro lado do pavilhão. Charlie admirava a vista que tinha da sua janela com uma expressão leve em sua face. Michael chegou tão apressado que bateu em objeto não identificado que havia entre as grades, produzindo um barulho que ecoou por todo o corredor. Charlie se sobressaltou-se com o estrondo e deixou a paisagem da janela.
-Ah!Você veio. Quer sentar?Queria muito conversar com você.
Michael lhe lançou um olhar desconfiado, por fim sentou-se.
-O que você tem a dizer de tão importante a ponto de mandar o T-Bag até a minha cela?
-Bom, se é assim tão importante ou não, isso é você quem vai me dizer.
Michael o olhou novamente.
-Então o que você tem para me dizer?
Charlie coçou a barba, antes de dizer:
-Tenho algo para lhe contar, algo para lhe propor e também tenho uma informação que acho que lhe pode ser útil... O que você quer ouvir primeiro, Michael?
-Comece me dizendo quem você é e por que está aqui.
Michael suspirou ao fim e esperou ansioso por aquela conversa.

2 comentários:

Unknown disse...

Rafa, esse capitulo parece que vc fez pensando em mim ahaha, imaginei cada palavra que vc descreveu o Linc, como eu vejo cada detalhe dele, tenho que confessar ! Vc o descreveu exatamente, incrivel!!!

Me fez relembrar os primeiro encontro com Sara, e tudo que foi ocorrendo no decorrer dos capitulos.

Meu Deus, vc me deixou curiosa pra saber que o Charlie vai falar, esse suspense mata!!! Cada detalhe, Chuck que lindo, estou amando ele, sendo amigo do Michael!

Sem contar o Sucre, que tudo, jamais deixará o Michael sozinho, capaz de morrer pela lealdade a ele!

Parabéns Rafa, vc me surpreendeu em cada texto, um conteudo fantástico, por mais que somos fãs de PB, sempre fica detalhes diferentes que costumamos compartilhar, e com sua fic estão ficando cada vez mais interessantes!!!

Beijos

Déh disse...

Uaaaaaaau, os capítulos estão ficando cada vez melhores :D adoreei o T-bag e o sarcasmo dele, kaoskaoskaos. Você conseguiu descrever ele igualzinho como ele é >.< e a determinação do Michael, sempre me comove :') Rafa, você tá virando profissssssa, tá ficando muito boa nisso, precisa lançar um livro o mais rápido possível, haha \o/ as(os) suas(seus) fãs agracecem :)