Prison Break
3º Temporada
Capítulo 11
A caixa
Lincoln já havia acordado naquele dia, estava sentado na cama, olhando para os vários prédios que enxergava através da janela do hotel. Depois da ligação que recebera não tivera coragem de ir até Sona conversar com Michael. Falara com Sofia no dia anterior, dissera que o melhor era que se comunicassem apenas por telefone, pelo menos por um tempo, para não chamar a atenção de pessoas da Companhia. Sentia que sua cabeça estava uma confusão, quanto mais ele pensava mais os seus problemas pareciam não ter solução.
Foi despertado pelo telefone do hotel, o ouviu tocar por alguns segundos e atendeu:
-Senhor Borrows?
-É ele.
-Temos uma correspondência para o senhor, você quer que levemos até o quarto ou o senhor irá buscar?
-Já estou indo.
Lincoln sentiu aquele calafrio tomar-lhe as costas e o pescoço e lembrara do recado de Susan. Sem pensar muito, desligou o telefone e foi até a recepção. Quando chegou lá, assinou um papel que garantia que ele havia recebido a entrega. O recepcionista retirou do balcão uma caixa branca e quadrada. Não era muito grande, mas também não se poderia dizer que caberia pouco ali dentro. Lincoln a pegou com as duas mãos e de imediato sentiu o peso em seus braços, foi então que ouviu o recepcionista dizer:
-Cuidado, senhor, é pesado.
Lincoln subiu até o quarto, entrou e trancou a porta. Aproximou-se da cama e com cuidado largou a caixa ali entre os seus lençóis brancos desarrumados.
Ajoelhou-se diante dela, sentiu seus batimentos acelerar e o suor começar a tomar-lhe o corpo. Levemente levou as mãos até a tampa e tremendo retirou-a num movimento só.
Soltou um grito ensurdecedor até mesmo para si e levantou-se rapidamente. Era quase insuportável o que estava diante de seus olhos. Sentiu o seu coração lentamente diminuir os batimentos que até alguns segundos atrás foram um dos mais rápidos de sua vida. O suor escorria por suas costas, pelo seu rosto, suas mãos estavam geladas e sua cabeça parecia ter sido atingida por algo bem forte e pesado.
Virou o rosto para evitar ter que olhar aquela visão terrível, mas era inevitável: uma parte do corpo de Sara já estava impregnada em sua mente.
De repente tudo começou a escurecer e ele aos poucos perdia todos os sentidos. A última coisa que encontrou na sua mente antes de cair naquela escuridão foi a cabeça de Sara dentro de uma caixa.
Então apenas não sentiu mais nada e caiu em sono profundo.

-Michael!Michael!
Michael ouvia alguém ao fundo chamá-lo. Começava a abrir os olhos nas primeiras horas da manhã. A luz adentrou neles e ele pode ver o rosto zangado de Chuck sobre ele. De um pulo só, sentou-se no beliche, assustado.
-Bah, cara!Você custa a acordar. Que sono profundo!
Michael aos poucos foi recuperando todos os sentidos.
-Toma!Eu consegui isto para você.
Chuck sentou-se ao lado de Michael e lhe entregou um pedaço de pão velho que havia roubado.
-Come rápido, porque se o Lechero ou um de seus homens o virem comendo isso, saberão que eu quem lhe dei.
Michael pegou o pedaço de pão e comeu em silêncio. Sentiu aquilo descer secamente em sua garganta. Depois que terminou, Chuck disse:
-Então, começaremos a cavar no esgoto hoje?
Michael suspirou um pouco cansado ainda.
-Não começaremos hoje, mas quero sua companhia para descer no esgoto e descobrirmos onde iremos começar.
Chuck parecia entusiasmado e isso deixava Michael feliz por si só.
Em questão de minutos, os dois já estavam no pátio. Enquanto Michael bebia um pouco de água da torneira, Chuck aproximou-se e sussurrando perguntou:
-E Charlie e Whistler?Não irão com a gente?
Michael lhe lançou um olhar apreensivo e fechou a torneira.
-Iremos descer só nós dois. Quero olhar tudo de perto e com atenção, sem ter a preocupação de que alguém possa nos observar ou...
-Eu entendo.
Michael sentiu-se aliviado ao não ter que explicar mais do que aquilo para Chuck. Os dois deixaram o pátio e encaminharam-se ao esgoto.
Durante a sua caminhada passaram por vários homens, várias celas e quando estavam se aproximando do seu objetivo foi que Michael percebeu – como não havia percebido na noite anterior - como aquela parte de Sona era tão diferente das outras. Lá os corredores eram mais largos e vazios. Apesar da poeira beirar nos cantos e nas grades, tudo parecia um pouco mais limpo do que o espaço que eles ocupavam diariamente.
Michael percebeu quando havia chegado e aproximou-se da porta grande e de duas aberturas em que tocara na noite anterior. Levou a mão ao corrimão e o empurrou. Chuck fez o mesmo com a outra abertura.
Lá dentro as paredes, Michael reparou, eram feitas de tijolos maciços. E as escadas também. Eles terminaram de colocar o corpo inteiro dentro daquele espaço e fecharam as portas. Toda e pouca luz que havia lá fora se acabou e eles ficaram em meio à escuridão. Nessa hora, Michael lembrou-se que poderia ter trazido lanternas, já que suas lembranças da noite passada o avisaram de que havia pouca luz no esgoto.
Eles começaram a descer as escadas apoiando-se nas paredes. E a cada passo o odor fétido do esgoto entrava em suas narinas.
Eles desciam cada vez mais, ao poucos um feixe de luz aparecia ao fundo. Mais algum tempo e eles chegaram ao fim da escada. Havia um pouco de água no chão, deixando seus pés e canelas molhados. Apesar de estarem bem ao fundo, a água brilhava e produzia a luz necessária ali dentro. As paredes eram feitas do mesmo tijolo, mas tinham um formato arredondado, formando um túnel longo e grande.
Michael observava tudo, o ambiente, as paredes, a água. Não queria deixar passar nada despercebido como na noite anterior, quando só o que pensava era tirar Whistler daquelas paredes.
Deu alguns passos, ficando a frente de Chuck e olhou adiante: o escoamento era logo ali e o que vinha depois, Michael não sabia ao certo dizer.
Chuck interrompeu seus pensamentos, quando disse:
-Então o que vamos fazer?Você já sabe?
Michael virou-se e disse:
-Bom, teremos que falar com Bellick, Charlie e Whistler. Eles terão que conseguir as ferramentas necessárias para sairmos daqui.
-E onde cavaremos?
Michael posicionou-se com as mãos na cintura. Olhou mais uma vez para a escuridão do túnel e sério e pensativo, disse à Chuck:
-Provavelmente depois do escoamento Vamos caminhar e ver até onde esse túnel vai dar, depois no fim dele cavamos.
-Quando nós vamos fazer isso?
-Amanhã eu acho, tudo dependo do que conseguirmos.
-Entendi...E agora o que faremos?
-Agora nós vamos voltar lá em cima para o pátio e eu vou conversar com os outros interessados nisso.
Assim eles subiram as escadas em silêncio, atravessaram a porta, a fecharam e voltaram ao pátio. Quando chegaram lá, Michael olhou em volta, Charlie não estava por perto, mas Whistler sim. Michael despediu-se de Chuck e o deixou na companhia da cesta e da bola.

Whistler estava escorado em um dos pilares perto da escada que dava acesso ao andar de cima, onde se encontrava a cela de Charlie. O que não agradava os pensamentos de Michael era perceber que praticamente toda Sona já sabia da volta daquele homem. Havia homens cochichando pelos cantos, outros mais desinibidos diziam em alta e bom som que ele duraria pouco e havia também aqueles que preferiam ficar por perto e descobrir o que quer que fosse com Whistler.
Michael aproximou-se e alguns homens recuaram outros permaneceram onde estavam. Whistler olhou de relance para Michael e os dois afastaram-se. Pegaram o corredor da direita.
-Nossa!Que sorte que você apareceu!Não sei mais o que dizer para esses homens.
Michael lhe lançou um olhar um tanto duvidoso.
-Por um momento eu achei que você estivesse se exibindo para aqueles homens.
Whistler desconcertou-se, mas antes de responder Charlie os encontrou.
-Hey, estava procurando vocês.
Michael consentiu e eles foram para cela de Charlie.
Whistler escorou-se nas grades e Charlie e Michael permaneceram de pé.
-Eu acabo de voltar do esgoto, onde nós estivemos ontem.
Michael observou por um momento as próprias mãos.
-E... Não direi que isso será fácil, mas contando que sejamos cuidadosos, não vejo porque não iremos conseguir.
-O que quer que façamos, Michael?- Charlie perguntou.
-Bom, precisamos de certas ferramentas que nos ajude, pois a única forma de sairmos daqui é cavando um buraco bem fundo... Só posso pensar que iremos conseguir isso no quarto de Lechero.
Whistler pareceu surpreso.
-Mas como você pensa que irá entrar lá?É a parte mais vigiada de Sona... Até onde eu sei, consegue ser mais bem cuidada do que os próprios portões, se duvidar.
Michael o encarou.
-Você tem razão e por isso que eu precisarei da ajuda de vocês para que possamos sair dessa juntos.
Charlie foi até as grades e checou o movimento lá fora, depois virou-se e disse:
-Então, como você pretende entrar nos aposentos de Lechero?
-Você saberão na hora certa. Antes iremos mais uma vez ao esgoto, desta vez, todos juntos. Seremos eu, vocês, Chuck e Bellick.
Michael levantou o rosto e continuou:
-Amanhã, ao meio dia na minha cela. Conversaremos e depois iremos ao esgoto, certo?
Os dois consentiram. Michael, então, consentiu também e começou a se retirar.
Whistler manifestou-se antes que ele saísse.
-O que Bellick tem a ver com isso?Por que ele irá junto?
Michael virou-se e depois de olhar para os dois finalizou:
-Digamos que levar ele seja um favor para um amigo a quem eu devo muito mais que só a vida.
Whistler pareceu estar convencido, Michael então retirou-se.
Michael e Bellick conversavam.
-Hey, Scofield... Por que ao meio dia?
-Porque sim. É o horário de menos movimento naquele corredor. Como eu disse antes conversaremos e depois iremos lá, não complique isso, Bellick.
-E o nosso almoço?
Michael riu.
-Até parece que você tem algo realmente bom para que possas se alimentar.
Bellick balançou a cabeça em concordância.
-Você tem razão. Bom... Se não tem outro jeito, estarei lá, gênio.
Michael pensou alguns segundos e perguntou:
-Quero saber da Maricruz... E do seu bebê.
Bellick salientou que os dois estavam bem.
-Não se preocupe com isso, assim que estivermos fora daqui, eu direi onde eles estão.
Michael viu que não retiraria nada de Bellick e se afastou. Pegando o corredor que o levaria a sua cela.
Quando chegou não havia ninguém. Sentou-se no chão ao lado do Bellick, como já fizera algumas vezes antes. Permaneceu alguns minutos apenas consigo mesmo, até que Chuck chegasse e ele lhe contasse os planos para o dia seguinte.
-Quanto tempo mais que você acha?
-Para sairmos daqui?
-É, até sairmos.
-Umas duas semanas, talvez um pouco mais eu acho.
-E Lincoln?Ele já sabe que você encontrou Whistler?
Michael olhou para a janela e os guardas que consegui enxergar dali. Voltou a encarar Chuck.
-Não sabe, ele não aparece a dois dias. Não sei mais o que pensar...
Michael admirou os pés, por um minuto, escorado no beliche.
Chuck aproximou-se.
-Hey, ele aparece...Não foi sempre assim?
-É, quase sempre.- Michael disse suspirando e um pouco inconformado.
Sabia que Chuck estava certo, mais cedo ou mais tarde ele apareceria, mas o que incomodava Michael era o fato de que ele estava mantendo-se fora das vistas por um tempo. O que teria acontecido para Lincoln o evitá-lo, numa momento onde cada segundo que eles perdiam era uma chance a menos de sobreviver?
-Eu acabo de voltar do esgoto, onde nós estivemos ontem.
Michael observou por um momento as próprias mãos.
-E... Não direi que isso será fácil, mas contando que sejamos cuidadosos, não vejo porque não iremos conseguir.
-O que quer que façamos, Michael?- Charlie perguntou.
-Bom, precisamos de certas ferramentas que nos ajude, pois a única forma de sairmos daqui é cavando um buraco bem fundo... Só posso pensar que iremos conseguir isso no quarto de Lechero.
Whistler pareceu surpreso.
-Mas como você pensa que irá entrar lá?É a parte mais vigiada de Sona... Até onde eu sei, consegue ser mais bem cuidada do que os próprios portões, se duvidar.
Michael o encarou.
-Você tem razão e por isso que eu precisarei da ajuda de vocês para que possamos sair dessa juntos.
Charlie foi até as grades e checou o movimento lá fora, depois virou-se e disse:
-Então, como você pretende entrar nos aposentos de Lechero?
-Você saberão na hora certa. Antes iremos mais uma vez ao esgoto, desta vez, todos juntos. Seremos eu, vocês, Chuck e Bellick.
Michael levantou o rosto e continuou:
-Amanhã, ao meio dia na minha cela. Conversaremos e depois iremos ao esgoto, certo?
Os dois consentiram. Michael, então, consentiu também e começou a se retirar.
Whistler manifestou-se antes que ele saísse.
-O que Bellick tem a ver com isso?Por que ele irá junto?
Michael virou-se e depois de olhar para os dois finalizou:
-Digamos que levar ele seja um favor para um amigo a quem eu devo muito mais que só a vida.
Whistler pareceu estar convencido, Michael então retirou-se.

Michael e Bellick conversavam.
-Hey, Scofield... Por que ao meio dia?
-Porque sim. É o horário de menos movimento naquele corredor. Como eu disse antes conversaremos e depois iremos lá, não complique isso, Bellick.
-E o nosso almoço?
Michael riu.
-Até parece que você tem algo realmente bom para que possas se alimentar.
Bellick balançou a cabeça em concordância.
-Você tem razão. Bom... Se não tem outro jeito, estarei lá, gênio.
Michael pensou alguns segundos e perguntou:
-Quero saber da Maricruz... E do seu bebê.
Bellick salientou que os dois estavam bem.
-Não se preocupe com isso, assim que estivermos fora daqui, eu direi onde eles estão.
Michael viu que não retiraria nada de Bellick e se afastou. Pegando o corredor que o levaria a sua cela.
Quando chegou não havia ninguém. Sentou-se no chão ao lado do Bellick, como já fizera algumas vezes antes. Permaneceu alguns minutos apenas consigo mesmo, até que Chuck chegasse e ele lhe contasse os planos para o dia seguinte.
-Quanto tempo mais que você acha?
-Para sairmos daqui?
-É, até sairmos.
-Umas duas semanas, talvez um pouco mais eu acho.
-E Lincoln?Ele já sabe que você encontrou Whistler?
Michael olhou para a janela e os guardas que consegui enxergar dali. Voltou a encarar Chuck.
-Não sabe, ele não aparece a dois dias. Não sei mais o que pensar...
Michael admirou os pés, por um minuto, escorado no beliche.
Chuck aproximou-se.
-Hey, ele aparece...Não foi sempre assim?
-É, quase sempre.- Michael disse suspirando e um pouco inconformado.
Sabia que Chuck estava certo, mais cedo ou mais tarde ele apareceria, mas o que incomodava Michael era o fato de que ele estava mantendo-se fora das vistas por um tempo. O que teria acontecido para Lincoln o evitá-lo, numa momento onde cada segundo que eles perdiam era uma chance a menos de sobreviver?
2 comentários:
Depois vc me pergunta pq eu te chamo de MINHA ESCRITORA PREDILETA ..... sua Fic está PERFEITA !!!
Ahhh começando pelo Linc meu coração já fica feliz aahah.....
Esse capitulo foi simplesmente perfeito Rafa, cada sensação descrita.....
Sabe que eu gosto? O modo como vc descreve os detalhes {olhando para os vários prédios que enxergava através da janela do hotel}consigo enxergar a cena.... incrível....
Que frio na espinha, quando o Linc pegou a caixa....
Cada detalhe do Linc vc me surpreendeu.... parece que eu consegui ver os minimos detalhes, os suor, o medo dele.... lindoooo
Ohhh Chuck.... adorei ele falando:
-Bah, cara!Você custa a acordar. Que sono profundo!
Ele se preocupando com o Michael, um único pedaço de pão ele guardou para o Michael que linda essa amizade
A parte que vc descreve Sona, os corredores, vc consegue fazer com que o leitor consiga ver os detalhes, faz imaginar como é a Sona (para quem não viu no caso). Adorei
Quando Michael para e coloca as mãos na cintura, é exatamente ELE! incrivel !!!!!
Um outro detalhe são as fotos, como elas conseguem passar realmente aquele momento... Estouuuuuuuu amandooooo Rafinhaaa
ahahaha adorei o Michael falando com Bellick sobre o almoço... e o Bellick o chamando de gênio ahahahha
Que aflição quando o Chuck pergunta do Linc e o Michael diz que ele não aparece a dois dias, certeza que ele estava triste com a falta do Linc , mas sabia ele o que estava se passando com o Linc.
{O que teria acontecido para Lincoln o evitá-lo, numa momento onde cada segundo que eles perdiam era uma chance a menos de sobreviver?}
Isso é pra matar de curiosidade para os próximos capitulos né Rafa? OMG
Vc esta cada dia melhor
PARABÉNS.... e não digo isso da boca pra fora vc sabe.
Ah seu blog esta lindo!!! Novo design esta lindo!!!!
Beijos minha escritora predileta !
AAAAAAAAIMEUDEUS, esse final é pra matar qualquer um do coração :X como é que você faz uma coisa dessas com nós, seus queridos leitores? Agora é só aguentar a tortura pelo próximo capítulo, s-i-m-p-l-e-s :'(
O Chuck, tããão queriiido *-* guardou um pedaço de pão velho para o Michael >.<
Rafa, MUITO³ bom esse capítulo, amei :D a parte do Linc abrindo a caixa, você conseguiu passar com apenas poucas palavras toda a dor e pesar que ele sentiu, magnífico. Eu fiquei apreensiva, com o coração na mão. Agora eu só imagino como será quando o Lincoln contar ao Michael, vou morrer na "cena", vou sim :'/
Beeeijo menina ;* tô adorando cada dia mais sua fic, tá tão boa :) tenho orgulho de você, amiga.. muito orgulho! Parabésn, tá?
(L)
Postar um comentário