Prison Break
3º Temporada
Capítulo 10
A história de Charlie
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-Você ouviu?
Michael lhe respondeu que sim, e gritou novamente. Foi então que ouviu algo mais concreto:
-O que vocês querem?
Charlie e Michael surpreenderam-se com aquela voz. Olharam-se por alguns segundos e finalmente Michael disse:-Vamos tira-lo daí, depois conversamos.
Michael aproximou-se um pouco mais da parede e começou a botá-la a baixo e ao mesmo tempo ouvia o homem dizer que não queria sair dali.
Em menos de um minuto, Michael já havia largado o machado no chão e ele e Charlie observavam o homem que estava diante deles.
Ele estava extremamente sujo. Sua camisa aparentava ter sido branca um dia. Vestia um jeans, tinha cabelos castanhos, os olhos Michael não sabia dizer de que cor eram.
-Você é Whistler?- perguntou Michael.
-Sim, sou eu. Escuta, eu não posso sair para rua, porque olha existem pessoas que estão a minha procura e se alguém me ver e...
Michael o interrompeu:
-Hey, você não tem opção!Você vai subir com nós e lá conversamos, ok?
Whistler parecia extremamente agitado aos olhos de Michael e Charlie.
-Mas e se me pagarem e se...
-Você terá que confiar em nós. –depois de dito, Charlie pegou o machado que estava no chão- Agora vamos.
Os três caminharam de volta a parte superior de Sona. Quando fecharam a porta do esgoto, trataram logo de irem até a cela de Charlie.
Lá lhe deram um pedaço de pão e um pouco de água que Charlie tinha guardado. Depois de ver Whistler mais calmo e alimentado, Michael perguntou:
-Nós precisamos saber o que você significa para a Companhia.

Whistler demorou um pouco a responder. Mas enfim admitiu que fora contratado para um trabalho que era descobrir um lugar através de coordenadas que eles haviam lhe dado.
-Fui preso quando estava em uma ilha de entrada restrita. Até hoje não sei o porquê ao certo disso. Quando soube que você estava aqui e que sabia sobre eles, tratei logo de me esconder.
Michael ajeitou-se onde estava sentado e perguntou:
-Você sabe que a sua namorada está te procurando?
-Sofia?Você sabe algo sobre ela?Eles não a pegaram... Pegaram?
-Não, não pegaram. Ela está bem. Meu irmão e ela têm se encontrado e pelo visto ela parece não saber que nos últimos tempos você estava trabalhando para essa gente, certo?
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Michael encarou Whistler. Desta vez pode olhar bem dentro de seus olhos. Eles eram castanhos claros. Seu olhar era esperto e ligeiro.
-Não, ela não sabia e nem sabe. Pensa que o tempo todo fui um pescador.
Michael consentiu. Levantou-se e disse à Charlie.
-Estou indo. Ele fica com você aqui. Amanhã conversaremos melhor sobre tudo isso.
Whistler pareceu não se agradar muito da idéia de ficar a sós com Charlie. Esse, por sua vez, concordou e Michael os deixou.
Quando Michael chegou à sua cela. Chuck estava debruçado sobre o peitoril da janela.
-Hey, como você passou o dia?
Chuck virou-se.
-Ah, perambulei por aí, como sempre.
Os dois sentaram-se lado a lado.
-Escuta, não sei se já te disse, mas...Linc irá ajudar a sua mãe.
Chuck concordou com um sorriso.
-Você parece cansado.
-Eu estou,-confessou Michael- mas antes de deitar preciso lhe contar uma coisa.
Chuck e ele olharam-se.
-Estou ouvindo.
Michael lhe contou sobre tudo que acontecera desde que saíra da cela pela manhã. Sua conversa com Sucre e com Charlie e seu encontro com Whistler. Não se preocupou em esconder nenhum detalhe que fosse. Ele realmente confiava em Chuck e esconder-lhe algo no momento, parecia até egoísmo de sua parte, depois de todo o apoio que ele estava lhe dando.
-Então você acha que não podemos confiar em nenhum dos dois por inteiro...E mesmo assim eles participarão da fuga?
-É, eles participarão.
-E nos iremos cavar?
-É nós iremos cavar.
-Então está bem... Acho que entendi tudo.
Os dois olharam-se e riram.
-Acho que vou dormir cara e acho que você deveria ir para cama, também.
Michael sorriu novamente e disse:
-Vá então, vou esperar mais um pouco. Boa noite.
Chuck se deitou e Michael o observou cair no sono. Depois de alguns minutos, ele subiu no beliche e fez o mesmo.
Tentou esvaziar a sua mente e todas as coisas ruins que estavam nela. E lá dentro, na sua solidão, procurou por Sara; mesmo longe ela sempre estaria dentro dele.
Adormeceu pedindo a Deus que ela estivesse bem e que tudo aquilo acabasse logo.
3º Temporada
Capítulo 10
A história de Charlie
Michael fixava o olhar em Charlie e esse andava dentro da cela com as mãos atadas nas costas. Seus olhos examinavam os pés à medida que eles faziam os movimentos. Então subitamente, ele parou de andar e ergueu o rosto.
-Bom, eu vou lhe contar.
Charlie retirou as mãos das costas e com um olhar um tanto perdido, sentou-se ao lado de Michael.
-Eu...-disse e logo interrompeu a si mesmo, era visível que Charlie tentava achar as palavras certas para começar a sua história.- Ok, adiar isso não vai adiantar em nada, só espero que você não me julgue apenas por isso.
Charlie respirou mais uma vez e completou:
-Michael, eu trabalhei por cinco anos para a Companhia.
A surpresa e a desconfiança transpareceram em questão de segundos nas feições de Michael e de imediato ele levantou-se. Charlie se levantou ao mesmo tempo e o segurou nos seus braços. Michael parou onde estava.
-Espere!Eu tenho muito que falar e eu sei que é do seu interesse.
Michael o analisou e olhou para as mãos deles em seu braço. Charlie viu aquele olhar e afastou as suas mãos, esperando por uma reação. Michael respirou fundo e disse:
-Apenas uma resposta e depois eu decido se quero levar adiante isso.
Charlie concordou balançando a cabeça e esperou pela pergunta.
-O que você quer de mim?
-Quero vingança. E eu sei quem você é e o que fez... Pensei que podíamos trabalhar nisso juntos.
Michael, de repente, mudou sua expressão. Agora seu rosto e seus olhos estavam mais serenos. Pensou no que dizer e disse:
-Vou ouvir o que você tem a dizer, caso eu ache que isso não tem fundamento ou que você esta mentindo, eu saio desta sala e não temos nenhum acordo, certo?
-Certo, tenho certeza que você não vai precisar embora.
Michael olhou em volta. Na cela de Charlie haviam duas camas, as duas encostadas nos dois lado da parede, deixando um espaço vazio no meio da cela. Michael e Charlie estavam em pé neste espaço e encaravam um ao outro. Charlie enfim tomou coragem e caminhou até a cama à sua direita. Michael, sabendo que todo o seu tempo era indispensável, tratou logo de fazer o mesmo e sentou-se diante de Charlie na cama da esquerda.
E assim, um de frente para o outro, eles iniciarem aquela conversa.
-Bom, como eu estava dizendo, trabalhei durante cinco anos para a Companhia. Eu tinha uma família, éramos eu, minha mulher e nossa filha, Dulce. Na época, ela tinha 10 anos e sofria de leucemia. Foi quando um cara chamado Peter me procurou. Eu trabalhava para o governo como segurança e ele disse que eu seria muito útil para eles, que eu ganharia mais do que ganhava e que com isso poderia cuidar do tratamento da minha filha. Durante o primeiro ano eu trabalhei sem saber muito bem o que estava fazendo, recebia ordens de pessoas que, às vezes, nem mesmo o nome eu sabia, levava “coisas” a pessoas que desconhecia, era como trabalhar na escuridão. Um dia, eu consegui conversar com Peter, entre um trabalho e outro, e disse a ele que não iria mais trabalhar, que não ia continuar a fazer o trabalho sujo que eles não faziam.
Charlie parou e tomou fôlego, Michael, por sua vez, ouvia tudo atentamente e em silêncio.
-O problema era que eu já estava dentro e minha filha estava cada dia pior. Com o tempo eu descobri tudo sobre a Companhia, disse à minha mulher que trabalharia mais um ano para conseguirmos o dinheiro suficiente para o tratamento da Dulce... Teriam sido quatro anos, mas no último ano eles me manterem lá sob ameaças. E o dia em que eu me atrevi a sair, eles cumpriram uma das promessas e...
O olhar de Charlie perdeu-se em meio a sua explicação e uma de suas mãos passou pelo rosto.
-...E eles mataram a minha mulher.
Michael sentiu o sangue aquecer rapidamente suas bochechas e suas mãos. Viu o remorso, o ódio e o pesar de Charlie. Um pouco envergonhado disse:
-Sinto muito por isso... Mas ainda não consigo entender onde eu me encaixo na sua história.
Charlie levantou o rosto e continuou:
-Bom, eles sabiam que depois daquilo a minha raiva aumentaria. Então com um monte de mentiras e um pouco de verdade nisso tudo também e algumas testemunhas falsas, eles me puseram nesse inferno.
-E sua filha?- Michael quis saber.
-Agora ela está bem. Tem 16 anos e está totalmente curada.
-Quem está com ela agora?
-Ela está sob a guarda da minha irmã e do marido dela, eles moram em Chigado, têm um filho de 8 anos com quem ela está sendo criada.
Charlie levantou-se da cama e foi até a janela.
-Eu ouvi você conversando com aquele garoto, Chuck é nome dele, não é?
Michael consentiu.
-Eles estão com pessoas que você ama, não é mesmo? Charlie voltou a olhar para Michael, esperando sua resposta. Michael tomou coragem e lhe respondeu:
-Sim. Eles têm L. J., meu sobrinho e Sara.
Charlie voltou a sentar. Michael retirou a foto de Sara do bolso e lhe mostrou. Ele a observou por alguns segundos e com os olhos ainda nela perguntou:
-Ela é sua...?-as palavras faltaram a Charlie.
Então Michael respondeu:
-Ela é.
Charlie retirou os olhos da foto e antes de entregá-la disse:
-Ela é linda.
-É eu sei... Você devia ver ela sorrindo.
Michael deu um longo suspiro. Charlie sorriu e tornou a dizer:
-É, ela deve ser realmente muito bonita. Michael, eu...
Michael retirou os olhos de Sara e olhou para Charlie que parecia mais confuso do que durante toda a conversa que tiveram.
-Você procura por Whistler, não?
Michael surpreendeu-se.
-Como você sabe disso?
-T-Bah foi quem me disse. Ele disse que você estava procurando esse homem, um dia desses. Bom, eu acho que sei onde ele pode estar.
Michael levantou-se um pouco irritado.
-Então me diga, logo!
-Antes de qualquer coisa preciso de duas respostas. A primeira... Eles querem uma troca, é isso?
-Sim, eles querem. O que mais você quer saber?-Se eu te mostrar onde esse homem está. Você me promete que me ajudará a sair daqui e me ajudará a acabar com a Companhia?
Michael encarou Charlie e esse sustentou o seu olhar.
-Se você ajudar, prometo que te tirarei daqui, mas eu não estou interessado em vingança, isso você terá que fazer sozinho.
Charlie pareceu pensar sobre o que acabara de ouvir.
-Ok...Saindo daqui, eu acho que posso me virar sozinho.
-Então, vamos!Diga-me onde Whistler está!
Charlie consentiu e lhe contou.
-Esses dias tive que descer no esgoto a mando de Lechero e ouvi barulhos na parede ao fim de um dos corredores. Aproximei-me e parecia que os barulhos aumentavam, chamei por quem quer que fosse, mas não houve resposta. Depois que sai dali naquele dia, conversei com seu amigo Chuck e ele disse que o último homem que levara os lixos para o esgoto a mando de Lechero, foi o Whistler.
-Você acha que esse homem, está atrás de umas dessas paredes?Você tem certeza do que está me dizendo?- Michael não parecia convencido do que ouvia.
-Não tenho certeza do que te digo, mas se não formos lá e se não vermos isso, nunca iremos saber.
Michael admitiu:
-Você tem razão. Vamos lá.
-Agora?Assim no meio da tarde?
-É agora. Eu estou indo, se quiser me siga.
Michael virou-se e foi até a saída da cela, começou a percorrer o corredor e olhou rapidamente para o lado: Charlie estava ali. Era inevitável não pensar na hipótese de que aquilo podia ser uma armadilha. Ele simplesmente o podia matar quando estivessem a sós no esgoto, mas como ele mesmo havia dito, se eles não fossem lá verificar nunca iriam saber. Isso cabia a Michael no momento também.
Chegaram em frente ao esgoto entraram e silenciosamente fecharam as portas. Descerem as escadas em meio à escuridão e ao silêncio de ambos e do próprio ambiente.
Quando chegaram ao fim do corredor onde supostamente Whistler estaria, Charlie manifestou-se:
-É aqui.
Michael foi até a parede e bateu levemente nos tijolos que ali haviam.
-Não será difícil quebrar isso.
-Espere aí, eu já volto.
Michael observou Charlie percorrer de voltou o mesmo corredor pelo qual haviam caminhado e em questões de segundos ele retornou.
-Não sei se isso serve.
Charlie lhe alcançou um machado.
-Onde você conseguiu isso?-quis saber Michael.
-No início do corredor havia um desse. Acho que Lechero deve ter esquecido isso aqui.- explicou Charlie.
Michael pareceu desconfiar do que Charlie dizia. Mas tratou de esquecê-lo e concentrou-se na parede a sua frente. Ela parecia intacta e silenciosa. Chegava a ser engraçado pensar que alguém poderia estar do outro lado.
Os dois chamaram uma, duas vezes por Whistler. Até que na terceira vez pareceram ouvir um ruído.
-Bom, eu vou lhe contar.
Charlie retirou as mãos das costas e com um olhar um tanto perdido, sentou-se ao lado de Michael.
-Eu...-disse e logo interrompeu a si mesmo, era visível que Charlie tentava achar as palavras certas para começar a sua história.- Ok, adiar isso não vai adiantar em nada, só espero que você não me julgue apenas por isso.
Charlie respirou mais uma vez e completou:
-Michael, eu trabalhei por cinco anos para a Companhia.
A surpresa e a desconfiança transpareceram em questão de segundos nas feições de Michael e de imediato ele levantou-se. Charlie se levantou ao mesmo tempo e o segurou nos seus braços. Michael parou onde estava.
-Espere!Eu tenho muito que falar e eu sei que é do seu interesse.
Michael o analisou e olhou para as mãos deles em seu braço. Charlie viu aquele olhar e afastou as suas mãos, esperando por uma reação. Michael respirou fundo e disse:
-Apenas uma resposta e depois eu decido se quero levar adiante isso.
Charlie concordou balançando a cabeça e esperou pela pergunta.
-O que você quer de mim?
-Quero vingança. E eu sei quem você é e o que fez... Pensei que podíamos trabalhar nisso juntos.
Michael, de repente, mudou sua expressão. Agora seu rosto e seus olhos estavam mais serenos. Pensou no que dizer e disse:
-Vou ouvir o que você tem a dizer, caso eu ache que isso não tem fundamento ou que você esta mentindo, eu saio desta sala e não temos nenhum acordo, certo?
-Certo, tenho certeza que você não vai precisar embora.
Michael olhou em volta. Na cela de Charlie haviam duas camas, as duas encostadas nos dois lado da parede, deixando um espaço vazio no meio da cela. Michael e Charlie estavam em pé neste espaço e encaravam um ao outro. Charlie enfim tomou coragem e caminhou até a cama à sua direita. Michael, sabendo que todo o seu tempo era indispensável, tratou logo de fazer o mesmo e sentou-se diante de Charlie na cama da esquerda.
E assim, um de frente para o outro, eles iniciarem aquela conversa.
-Bom, como eu estava dizendo, trabalhei durante cinco anos para a Companhia. Eu tinha uma família, éramos eu, minha mulher e nossa filha, Dulce. Na época, ela tinha 10 anos e sofria de leucemia. Foi quando um cara chamado Peter me procurou. Eu trabalhava para o governo como segurança e ele disse que eu seria muito útil para eles, que eu ganharia mais do que ganhava e que com isso poderia cuidar do tratamento da minha filha. Durante o primeiro ano eu trabalhei sem saber muito bem o que estava fazendo, recebia ordens de pessoas que, às vezes, nem mesmo o nome eu sabia, levava “coisas” a pessoas que desconhecia, era como trabalhar na escuridão. Um dia, eu consegui conversar com Peter, entre um trabalho e outro, e disse a ele que não iria mais trabalhar, que não ia continuar a fazer o trabalho sujo que eles não faziam.
Charlie parou e tomou fôlego, Michael, por sua vez, ouvia tudo atentamente e em silêncio.
-O problema era que eu já estava dentro e minha filha estava cada dia pior. Com o tempo eu descobri tudo sobre a Companhia, disse à minha mulher que trabalharia mais um ano para conseguirmos o dinheiro suficiente para o tratamento da Dulce... Teriam sido quatro anos, mas no último ano eles me manterem lá sob ameaças. E o dia em que eu me atrevi a sair, eles cumpriram uma das promessas e...
O olhar de Charlie perdeu-se em meio a sua explicação e uma de suas mãos passou pelo rosto.
-...E eles mataram a minha mulher.
Michael sentiu o sangue aquecer rapidamente suas bochechas e suas mãos. Viu o remorso, o ódio e o pesar de Charlie. Um pouco envergonhado disse:
-Sinto muito por isso... Mas ainda não consigo entender onde eu me encaixo na sua história.
Charlie levantou o rosto e continuou:
-Bom, eles sabiam que depois daquilo a minha raiva aumentaria. Então com um monte de mentiras e um pouco de verdade nisso tudo também e algumas testemunhas falsas, eles me puseram nesse inferno.
-E sua filha?- Michael quis saber.
-Agora ela está bem. Tem 16 anos e está totalmente curada.
-Quem está com ela agora?
-Ela está sob a guarda da minha irmã e do marido dela, eles moram em Chigado, têm um filho de 8 anos com quem ela está sendo criada.
Charlie levantou-se da cama e foi até a janela.
-Eu ouvi você conversando com aquele garoto, Chuck é nome dele, não é?
Michael consentiu.
-Eles estão com pessoas que você ama, não é mesmo? Charlie voltou a olhar para Michael, esperando sua resposta. Michael tomou coragem e lhe respondeu:
-Sim. Eles têm L. J., meu sobrinho e Sara.
Charlie voltou a sentar. Michael retirou a foto de Sara do bolso e lhe mostrou. Ele a observou por alguns segundos e com os olhos ainda nela perguntou:
-Ela é sua...?-as palavras faltaram a Charlie.
Então Michael respondeu:
-Ela é.
Charlie retirou os olhos da foto e antes de entregá-la disse:
-Ela é linda.
-É eu sei... Você devia ver ela sorrindo.
Michael deu um longo suspiro. Charlie sorriu e tornou a dizer:
-É, ela deve ser realmente muito bonita. Michael, eu...
Michael retirou os olhos de Sara e olhou para Charlie que parecia mais confuso do que durante toda a conversa que tiveram.
-Você procura por Whistler, não?
Michael surpreendeu-se.
-Como você sabe disso?
-T-Bah foi quem me disse. Ele disse que você estava procurando esse homem, um dia desses. Bom, eu acho que sei onde ele pode estar.
Michael levantou-se um pouco irritado.
-Então me diga, logo!
-Antes de qualquer coisa preciso de duas respostas. A primeira... Eles querem uma troca, é isso?
-Sim, eles querem. O que mais você quer saber?-Se eu te mostrar onde esse homem está. Você me promete que me ajudará a sair daqui e me ajudará a acabar com a Companhia?
Michael encarou Charlie e esse sustentou o seu olhar.
-Se você ajudar, prometo que te tirarei daqui, mas eu não estou interessado em vingança, isso você terá que fazer sozinho.
Charlie pareceu pensar sobre o que acabara de ouvir.
-Ok...Saindo daqui, eu acho que posso me virar sozinho.
-Então, vamos!Diga-me onde Whistler está!
Charlie consentiu e lhe contou.
-Esses dias tive que descer no esgoto a mando de Lechero e ouvi barulhos na parede ao fim de um dos corredores. Aproximei-me e parecia que os barulhos aumentavam, chamei por quem quer que fosse, mas não houve resposta. Depois que sai dali naquele dia, conversei com seu amigo Chuck e ele disse que o último homem que levara os lixos para o esgoto a mando de Lechero, foi o Whistler.
-Você acha que esse homem, está atrás de umas dessas paredes?Você tem certeza do que está me dizendo?- Michael não parecia convencido do que ouvia.
-Não tenho certeza do que te digo, mas se não formos lá e se não vermos isso, nunca iremos saber.
Michael admitiu:
-Você tem razão. Vamos lá.
-Agora?Assim no meio da tarde?
-É agora. Eu estou indo, se quiser me siga.
Michael virou-se e foi até a saída da cela, começou a percorrer o corredor e olhou rapidamente para o lado: Charlie estava ali. Era inevitável não pensar na hipótese de que aquilo podia ser uma armadilha. Ele simplesmente o podia matar quando estivessem a sós no esgoto, mas como ele mesmo havia dito, se eles não fossem lá verificar nunca iriam saber. Isso cabia a Michael no momento também.
Chegaram em frente ao esgoto entraram e silenciosamente fecharam as portas. Descerem as escadas em meio à escuridão e ao silêncio de ambos e do próprio ambiente.
Quando chegaram ao fim do corredor onde supostamente Whistler estaria, Charlie manifestou-se:
-É aqui.
Michael foi até a parede e bateu levemente nos tijolos que ali haviam.
-Não será difícil quebrar isso.
-Espere aí, eu já volto.
Michael observou Charlie percorrer de voltou o mesmo corredor pelo qual haviam caminhado e em questões de segundos ele retornou.
-Não sei se isso serve.
Charlie lhe alcançou um machado.
-Onde você conseguiu isso?-quis saber Michael.
-No início do corredor havia um desse. Acho que Lechero deve ter esquecido isso aqui.- explicou Charlie.
Michael pareceu desconfiar do que Charlie dizia. Mas tratou de esquecê-lo e concentrou-se na parede a sua frente. Ela parecia intacta e silenciosa. Chegava a ser engraçado pensar que alguém poderia estar do outro lado.
Os dois chamaram uma, duas vezes por Whistler. Até que na terceira vez pareceram ouvir um ruído.
.jpg)
-Você ouviu?
Michael lhe respondeu que sim, e gritou novamente. Foi então que ouviu algo mais concreto:
-O que vocês querem?
Charlie e Michael surpreenderam-se com aquela voz. Olharam-se por alguns segundos e finalmente Michael disse:-Vamos tira-lo daí, depois conversamos.
Michael aproximou-se um pouco mais da parede e começou a botá-la a baixo e ao mesmo tempo ouvia o homem dizer que não queria sair dali.
Em menos de um minuto, Michael já havia largado o machado no chão e ele e Charlie observavam o homem que estava diante deles.
Ele estava extremamente sujo. Sua camisa aparentava ter sido branca um dia. Vestia um jeans, tinha cabelos castanhos, os olhos Michael não sabia dizer de que cor eram.
-Você é Whistler?- perguntou Michael.
-Sim, sou eu. Escuta, eu não posso sair para rua, porque olha existem pessoas que estão a minha procura e se alguém me ver e...
Michael o interrompeu:
-Hey, você não tem opção!Você vai subir com nós e lá conversamos, ok?
Whistler parecia extremamente agitado aos olhos de Michael e Charlie.
-Mas e se me pagarem e se...
-Você terá que confiar em nós. –depois de dito, Charlie pegou o machado que estava no chão- Agora vamos.
Os três caminharam de volta a parte superior de Sona. Quando fecharam a porta do esgoto, trataram logo de irem até a cela de Charlie.
Lá lhe deram um pedaço de pão e um pouco de água que Charlie tinha guardado. Depois de ver Whistler mais calmo e alimentado, Michael perguntou:
-Nós precisamos saber o que você significa para a Companhia.

Whistler demorou um pouco a responder. Mas enfim admitiu que fora contratado para um trabalho que era descobrir um lugar através de coordenadas que eles haviam lhe dado.
-Fui preso quando estava em uma ilha de entrada restrita. Até hoje não sei o porquê ao certo disso. Quando soube que você estava aqui e que sabia sobre eles, tratei logo de me esconder.
Michael ajeitou-se onde estava sentado e perguntou:
-Você sabe que a sua namorada está te procurando?
-Sofia?Você sabe algo sobre ela?Eles não a pegaram... Pegaram?
-Não, não pegaram. Ela está bem. Meu irmão e ela têm se encontrado e pelo visto ela parece não saber que nos últimos tempos você estava trabalhando para essa gente, certo?
.jpg)
Michael encarou Whistler. Desta vez pode olhar bem dentro de seus olhos. Eles eram castanhos claros. Seu olhar era esperto e ligeiro.
-Não, ela não sabia e nem sabe. Pensa que o tempo todo fui um pescador.
Michael consentiu. Levantou-se e disse à Charlie.
-Estou indo. Ele fica com você aqui. Amanhã conversaremos melhor sobre tudo isso.
Whistler pareceu não se agradar muito da idéia de ficar a sós com Charlie. Esse, por sua vez, concordou e Michael os deixou.
Quando Michael chegou à sua cela. Chuck estava debruçado sobre o peitoril da janela.
-Hey, como você passou o dia?
Chuck virou-se.
-Ah, perambulei por aí, como sempre.
Os dois sentaram-se lado a lado.
-Escuta, não sei se já te disse, mas...Linc irá ajudar a sua mãe.
Chuck concordou com um sorriso.
-Você parece cansado.
-Eu estou,-confessou Michael- mas antes de deitar preciso lhe contar uma coisa.
Chuck e ele olharam-se.
-Estou ouvindo.
Michael lhe contou sobre tudo que acontecera desde que saíra da cela pela manhã. Sua conversa com Sucre e com Charlie e seu encontro com Whistler. Não se preocupou em esconder nenhum detalhe que fosse. Ele realmente confiava em Chuck e esconder-lhe algo no momento, parecia até egoísmo de sua parte, depois de todo o apoio que ele estava lhe dando.
-Então você acha que não podemos confiar em nenhum dos dois por inteiro...E mesmo assim eles participarão da fuga?
-É, eles participarão.
-E nos iremos cavar?
-É nós iremos cavar.
-Então está bem... Acho que entendi tudo.
Os dois olharam-se e riram.
-Acho que vou dormir cara e acho que você deveria ir para cama, também.
Michael sorriu novamente e disse:
-Vá então, vou esperar mais um pouco. Boa noite.
Chuck se deitou e Michael o observou cair no sono. Depois de alguns minutos, ele subiu no beliche e fez o mesmo.
Tentou esvaziar a sua mente e todas as coisas ruins que estavam nela. E lá dentro, na sua solidão, procurou por Sara; mesmo longe ela sempre estaria dentro dele.
Adormeceu pedindo a Deus que ela estivesse bem e que tudo aquilo acabasse logo.
3 comentários:
Primeiro, meu core estava ansioso pra ver quem era o Charlie. Quando ele tocou no Michael, eu imagino aqueles olhinhos do Michael, com cara fechada. Charlie sofreu com a cia. Michael sempre se fazendo de durão, mas no fundo o coração não aguenta. Mas sempre com o ar de desconfiança que só ele tem. Nossa que lindo essa parte, onde Charlie pergunta ao Michael se a Sara é dele. LINDOOOO, vc deveria ve -la sorrindo... Nossa imagino cada expressão dele. Magnifico !!!
Linc cuidando da mãe do Chuck....
Me surpreendeu Charlie ajuda - los com a cia. Chuck como sempre amigo.
Lindo ficou essa parte "...procurou por Sara; mesmo longe ela sempre estaria dentro dele."
Rafa só tenho que te dar parabéns, vc conseguiu denovo prender atenção e me deixar com gostinho de quero mais...
Ameiiiiiiiiiiii amiga
Beijos
Rafinha!
Primeiro quero te pedir desculpas, faz tempo que prometi vir no seu blog comentar...
Mas são tantas coisas...
To terminando meu curso e são muitos compromissos de ultima hora, meu tempo livre só da pra comentar la na comu...
Agora quanto ao seu fanfic...
Só posso dizer que fiquei impressionada, não só pela história, mas pela qualidade da sua escrita..
Em muitos momentos eu praticamente consegui ver as cenas que vc descreveu, as reações do Michael...
Eu vejo um grande talento em vc Rafinha... e não digo isso pela nossa amizade ou pelo carinho q te dedico...
Mas pq é real, vc escreve lindamente!
Parabéns! Continue alegrando os nosso corações de Miseiras com seus textos!
Hum eu quero uma cena MiSa bem linda escrita por ti!
Um grande beijo da amiga Clara!
Uaaaaaaaaaaaaaaaaaau! Olha esse blog minha gente, que F-A-S-H-I-O-N. kaoskoaskaos <3 Rafazitxa querida, teu blog ficou simplesmente LINDO com esse novo 'design'.. adooorei :D
Agora, e quanto ao capítulo? Nem tem mais o que dizer né? ÓTIMO, como sempre. Sua fic é muito, muuito boa. E nunca deixe ninguém dizer o contrário, porque VOCÊ SABE que tem MUITO talento, de sobra pra dar e vender. E eu sinto muito orgulho de ti amiga, muito mesmo. Porque um dia eu sei que eu vou estar em uma livraria comprando um livro seu, e eu vou estar lá com o cartaz que eu prometi, "OLHA EU AQUI RAFA, eu sempre soube, eu sempre acreditei". KAOSKAOSKOAS, a pessoa aqui já tá sonhando, mas eu sei que um dia tu chega lá, eu acredito no teu talento amiga! Te adoro demais, continue sempre assim, tá? ;*
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